É uma história real, enviada pela Carina Esteves:

O Quico era um gato preto muito magro quando apareceu cá em casa.
De olhar assustado, certamente vinha à procura de comida mas não permitia que nenhum humano lhe tocasse, nem uma simples e suave festa no seu pelo escuro.
Mesmo quando se aproximava mais parecia fugir.
Os seus olhos pareciam luas gigantes e verdes, como a Lua numa noite de tempestade na floresta, com muitas nuvens e musgo fresco.
Deixava-lhe a comida no terraço e ía embora, e assim que eu me afastava um pouco, o quico comia.
O Quico comia tudo, estava sempre esganado de fome.
E assustado também, sempre de olhos esbugalhados. Parecia um gato muito atormentado ou então era só por ser um gato preto, dizem que os gatos pretos são sempre mais misteriosos.
Mas o Quico tinha uma mancha branca no pêlo preto, uma no peito e outra na pata traseira, do lado esquerdo.
Assim fez um dia, outro e outro, e às tantas, certo dia o Quico deixou que lhe fizesse uma festa. E fiz-lhe uma festa!!! Que festa foi! Uma festinha, vá, pequenina, enquanto se aproximava e fugia, quase ao mesmo tempo.
Seria possível o Gato Quico conquistado? Rendido ao aconchego de uma festa no seu pelo escuro?
Foi assim que nasceu uma bela amizade e muitas aventuras.