4ª História com Gato Dentro
História contada pela Sofia, com uma parte inventada e outra real:
O despertar da Fénix
Era uma vez uma gatinha que tinha nascido na rua, estando exposta aos perigos diários desde as primeiras horas da sua vida. Passou fome, frio, o perigo de ser atropelada e estava exposta á maldade de alguns humanos, era algo com que tinha de lutar todos os dias e sobreviver.
Essa gatinha era eu e tinha nascido também com a cor errada, que muitas pessoas temiam, ouvi falar em preto e azar, não sei o que isso significa e a minha mamã também não me sabia explicar, só dizia para eu fugir das pessoas, pois nem todas eram boas!
Viver em medo constante, para uma gatinha bebé não era fácil e fui crescendo cada vez mais assustada, triste e desconfiada, cada vez que ouvia e via alguém fugia até daqueles que me queriam dar festas e comida.
Numa noite fria, andava á procura de comida, já não comia á dias, minhas forças estavam falhar de tão esfomeada que estava e senti no ar um cheiro delicioso que vinha de dentro de uma caixa, a fome fez esquecer o medo e entrei dentro da caixa e comecei a comer, a porta atrás de mim fechou-se e fiquei presa, tentei sair e não consegui miava desesperada pela minha mãe que rondava a caixa tentando-me libertar, mas nada podia fazer e quando se começaram aproximar umas meninas ela teve que fugir.
Levaram-me para uma casinha de uma das meninas, senti-me sozinha, assustada, meus olhos refletiam o medo que assombrava o meu coração. Vivia num mundo estranho ao meu, mas era quentinho, tinha sempre a barriguinha cheia, todos os dias a menina tentava-me dar festas e chamava-me de ervilha, mas eu não deixava o meu medo era maior que tudo e lembrava-me sempre do que a mamã tinha dito, não me consegui habituar e adaptar!
Passado uns meses levaram-me para o abrigo, onde a menina era voluntária aonde havia muitos gatinhos e lá fui crescendo, nunca me deixaram faltar comida, o ambiente era quentinho e tentavam dar-me
festinhas, mas eu fugia sempre. Apesar de ser bem tratada, não era feliz e sentia que me faltava algo mas não sabia o quê?!
Fui vendo os meus companheiros a serem levados dentro de umas caixas, por pessoas sorridentes, iam para uma casinha e eu fui ficando para trás, mas quem iria querer uma gata assustada e que não deixava dar festas?
Numa tarde uma das meninas do abrigo, não parava de andar atrás de mim para tentar tirar fotos e eu não deixava, ficaram tremidas, ouvi dizer que tinham perguntado por mim e queriam-me adoptar.
Passados uns dias levaram-me para outra casinha de uma menina chamada Sofia, estava de novo sozinha e muito assustada ela não me largava só me queria dar festas e falava docemente comigo.
Eu estava sempre escondida debaixo da cama, cheguei a esconder-me atrás do armário e até me enfiei dentro da almofada, bem andou feita doida á minha procura mas descobria-me sempre e não desistiu de mim, dava-me paté que eu adoro, muitos mimos e brinquedos, adorava brincar com a minha bolinha e o pirilampo, ela disse que eu agora era a Fénix a sua gatinha linda!
As semanas foram passando e eu fui perdendo o medo e comecei a gostar cada vez mais da minha nova casinha e dos mimos da Sofia.
Adoro correr feita doida pela casa com o pirilampo na boca, comecei a ser eu a pedir mimos á minha nova amiga, a ir dormir com ela e sempre que recebia festinhas agradecia com o meu ronronar e roçar nas pernas dela.
Hoje sou uma gatinha feliz, meus olhos irradiam a felicidade que sinto no meu coração, ele renasceu e despertou o amor em mim, amor esse que vejo refletido todos os dias nos olhos da Sofia, sempre que olha para mim.