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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Quando as boas intenções não são suficientes

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"De boas intenções está o inferno cheio!", costuma-se dizer.

 

O que é certo é que, no que respeita aos animais, por vezes as pessoas até podem ter a melhor das intenções, mas nem sempre isso é suficiente ou resolve os problemas.

 

 

 

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Já aqui falei que não sou entendida em cães, e por isso espero que quem o seja me possa esclarecer e, quem sabe, atenuar aquilo que sinto cada vez que olho para aquele cão, confinado a um espaço tão pequeno e, ainda assim, preso por uma corrente.

Cada vez que olho para aquele cão, enrolado num cantinho desse minúsculo espaço, sem qualquer cama, manta ou casota que o resguarde, deitado num chão molhado da chuva. Ou então, numa manta que, de vez em quando lá põem, molhada também!

Cada vez que olho para aquele cão com as taças vazias, muitas vezes viradas ao contrário, e com o chão à sua volta cheio de dejectos por limpar, se for preciso, um dia inteiro.

Cada vez que olho para aquele cão que já tem o pelo encardido, de estar ali no meio daquela sujidade sem que ninguém lhe dê banho. 

Cada vez que olho para aquele cão que, de vez em quando, se põe em pé ao portão e ladra, como se pedisse ajuda para o tirarem dali, ou quando me parece o cão mais triste e resignado do mundo.

Todos os dias passo por ele, quatro vezes, e de cada vez o meu coração fica apertado. Já assim era nos tempos em que, no lugar dele, estava um outro, nas mesmas condições. Esse, já foi para perto de outros dois, que estão no quintal ao lado, e mal se vê. Mas levaram para lá este novo.

Não sei se estes cães são da pessoa que lá mora, porque ela os quis, ou se, como ouvi dizer, ela vai recolhendo animais na rua, abandonados. Ainda assim, em qualquer das situações não me parece que os animais, pelo menos este, estejam a ter os melhores cuidados e a viver nas melhores condições.

Já pensei, algumas vezes, denunciar esta situação.

Mas, lá está, por melhor que seja a minha intenção, não significa que seja benéfica para estes animais. Para onde os iriam levar? Em que situação se encontrariam depois?

E, assim, vou passando por ali, olhando e calando, e pensando se os cães podem realmente viver assim, e se as minhas preocupações não têm qualquer fundamento.

Mas olhando para as minhas gatas, protegidas, em casa, e para alguns cães que vejo dentro da casa dos donos, cheios de mimos, fico na dúvida.

 

Ao lado dos meus pais, tenho outro exemplo. A vizinha, quando foi para lá morar, levou uma cadela bebé. No início, a cadela ficava em casa. Uns meses depois, começaram-na a pôr na rua, porque destruía tudo dentro de casa! Agora passa o tempo todo no quintal.

 

 

 

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Já a minha senhoria, por enquanto, e porque não houve ninguém que quisesse ficar com a gatinha bebé que por lá apareceu, decidiu mantê-la no seu barracão. Mas, em conversa, disse-me logo: "ai, esta não vou habituar a comer ração, esta vai comer de tudo, seja leite, seja restos, não se pode armar em esquisita. Já me basta o meu e a outra que aqui vem comer!"

Ora, a intenção é boa. Se assim não fosse, a gata andaria para aí na rua e poderia até estar morta. Mas será que ela merece este tratamento diferente, só porque apareceu quando não devia, e está a mais?

E lá vem o meu lado. Tenho ração em casa, que poderia dar para a gatinha. Mas quem me garante que a senhoria não vai pegar nela e dar ao seu gato? E eu não posso dar porque ela está no barracão. E também não posso ficar com ela porque não tenho condições financeiras para isso, nem tão pouco poderia agora juntar mais uma gata às nossas. Então, por muito boa que a minha intenção de ajudar fosse, não resolve o problema desta gatinha.

 

 

 

 

Tenho também um bom exemplo em casa. Quando adoptámos a Amorinha, fizemo-lo por dois motivos: porque queríamos uma segunda gata, e porque sabíamos que dificilmente alguém ficaria com ela, devido ao seu problema neurológico, a achámos que também ela merecia um lar e uma vida digna. Não nos arrependemos nem um segundo de a termos adoptado. Ela é a gata que qualquer um gostaria de ter! É o nosso "docinho de Amora"! No entanto, à medida que ela vai crescendo, e os problemas surgindo, percebemos que é difícil proporcionar-lhe tudo o que ela merece.

Porque, ingénuos, ou não querendo ver o que estava à nossa frente, acreditámos que era, simplesmente, um problema neurológico que lhe afectava a locomoção, e que podia fazer uma vida normal. E, de facto faz! Ela brinca, corre, salta, come bem, dorme, vai à caixa como qualquer gato.

Mas já teve convulsões, que nos obrigaram a levá-la ao veterinário por duas vezes, com um internamento. As convulsões passaram, mas veio a incontinência urinária, e com ela análises, exames e medicação, que não resolveram e levaram a mais exames. Enquanto não temos o dinheiro para isso, ela vai alternando períodos em que está bem, com outros em que a incontinência volta. Como se não bastasse, para além de tudo isto surge agora um problema na vista, que vamos ter que ver primeiro, e lá ficam os exames para trás, assim como a esterilização. E chego à conclusão que, apesar das nossas melhores intenções, não sei se vamos conseguir proporcionar à Amorinha os cuidados veterinários que ela realmente precisa.

 

 

São apenas alguns casos de boas intenções que, por vezes, não são suficientes e que, em alguns casos, podem prejudicar mais que ajudar. E por aí, também conhecem casos destes? 

 

Acupuntura em gatos

 

Talvez não consigamos imaginar os nossos gatos a serem espetados por várias agulhas, mas a acupuntura felina está a ser cada vez mais utilizada para tratar alguns sintomas e doenças dos bichanos, quando não se conseguem resultados pelos meios convencionais, ou para evitar o uso excessivo de medicação e efeitos secundários que determinados medicamentos provocam nos animais.

 

A propósito da Amora,por exemplo, o tratamento que ela poderia vir a fazer, se se confirmasse o quadro de convulsões frequentes, seria agressivo, e iria ter implicações que não seriam nada boas para ela.

Ao pesquisar mais sobre o assunto, deparei-me com esta técnica como uma alternativa menos dolorosa para ajudar os gatos.

Também o Senninha, o gato atropelado no parque que a Marlene recolheu e acolheu, e que ficou com três fracturas na coluna, e paralisado das patas traseiras, teve que recorrer a esta terapia para lhe aliviar as dores que sentia. E, de facto, o objectivo foi cumprido!

 

 

 

Normalmente, estes especialistas são procurados quando já não existem outras soluções, e para casos como problemas ortopédicos, osteomusculares, renais, digestivos, hormonais, de fígado, de coração, de pele, neurológicos, e até distúrbios comportamentais, ou ainda dor no geral, entre outros.

 

Algumas das desvantagens deste tipo de tratamento são:

 

- a duração do tratamento - ao contrário de um medicamento, que actua mais rapidamente, para se verem resultados com a acupuntura são necessárias algumas sessões

 

- o custo das sessões - mesmo sendo apenas uma vez por semana, pode haver casos em que os animais têm que frequentar estas sessões durante alguns meses

 

- o desconforto que alguns animais poderão revelar, e que pode ser impeditivo do recurso a este tratamento

Os gatos e a lua cheia

 

No outro dia, a propósito de um novo episódio de suposta convulsão da Amora, andei à procura de uma regularidade para as mesmas e percebi duas coisas:

- a segunda ocorreu cerca de um mês depois da primeira

- ambas ocorreram 1/2 dias antes ou depois da lua cheia

 

E, embora eu não acredite muito nestas coisas da astrologia e influência dos astros nos humanos e animais, alguns estudos parecem indicar que a lua cheia exerce influência sobre algumas espécies animais.

 

 

 

 

Uma pesquisa feita na Universidade de Colorado indica que, tanto os cães como os gatos domésticos sofrem mais com problemas de saúde e acidentes nas noites de lua cheia, embora ainda não se saiba exactamente qual a causa específica. Nas fases mais claras da lua, o risco de emergência médica aumenta em 23% para os gatos.

Posto isto, deixo aqui a pergunta em aberto: será que a lua cheia interfere mesmo no comportamento dos nossos gatos, ou será apenas um mito?

Deixem a vossa opinião!

A desparasitação dos gatos

 

Recomenda o veterinário que os donos de gatos os desparasitem, interna e externamente, logo desde bebés.

A desparasitação interna deve ser feita logo a partir das 3/4 semanas de idade, já que os parasitas internos podem levar a graves problemas de saúde e, inclusive, à morte. E são, não só prejudiciais para os gatinhos como também para os respectivos donos, que podem ficar igualmente infestados.

A partir da primeira despasasitação, no gato bebé, a mesma deve ser repetida de 15 em 15 dias, até aos 3 meses de idade. Daí em diante, e até aos 6 meses, 1 vez por mês.

A partir dos 6 meses, pode ser feita de 2 a 3 vezes por ano, ao longo da sua vida, podendo variar de acordo com a situação específica de cada animal.

No caso da Becas e da Amora, quanto à desparasitação interna, estamos a fazê-la com um desparasitante líquido, em quantidades reduzidas - 1mg/kg, administrado com seringa. Mas podem-se encontrar desparasitantes em comprimidos ou pasta.

 

 

 

No que respeita à desparasitação externa, esta também deve ser feita nos primeiros dias de vida, com um spray apropriado para recém-nascidos. Nesta primeira fase, as pipetas estão proíbidas, porque é um produto que entra directamente na circulação sanguínea e será prejudicial ao gatinho. O spray é mesmo a solução indicada, e foi o que nos deram no veterinário para as nossas meninas.

A partir de um mês e meio de idade, a desparasitação externa poderá ser feita mensalmente, especialmente no verão.

Mesmo os gatos que estão permanentemente em casa, e não saem à rua, devem ser desparasitados porque os próprios donos podem levar parasitas para casa. E é a forma mais eficaz de proteger os nossos amigos e a família, prevenindo, em vez de remediar.

 

 

 

 

Isto é o plano normalmente indicado pelos médicos veterinários. Mas será que, na prática, os donos de gatos o cumprem à risca?

Eu confesso que, com a Tica, preocupava-me mais com a desparasitação externa do que interna. 

Agora com a Amora e a Becas, estamos a ser mais cuidadosos, e ontem lá fiz novamente a desparasitação interna.

E por aí, costumam fazer a desparasitação regularmente? Que produtos ou métodos preferem? Contem-nos a vossa experiência!

Coleiras com guizos - porque não se deve usar

Na primeira ida ao veterinário, com a Becas, falámos sobre os vários desparasitantes externos, incluindo as coleiras.

Como ela ainda é muito nova, não pode usar já, mas caso optássemos por esse método, e para ela se ir habituando a ter algo no pescoço, até mesmo para sua identificação ou dos donos, poderíamos já utilizar uma coleira normal.

No entanto, nada de coleiras com guizos! 

Porquê?

Porque nós podemos até pensar que eles ficam muito giros com eles, já para não falar que é mais fácil saber por onde andam, através do som dos guizos.

Mas os gatos não partilham dessa opinião!

Como predadores, e caçadores por natureza, para não denunciarem a sua presença às possíveis presas e, ao mesmo tempo, para sua própria protecção, os gatos gostam de passar despercebidos a tudo e todos à sua volta. Por um lado, não podem deixar a sua presa saber que estão por perto, sob pena de perderem a sua refeição. Por outro, como presa, não podem deixar que os predadores os descubram, senão eles próprios tornam-se a refeição deles.

Os guizos tornam esse objectivo impossível, deixando-os nervosos e frustrados, para além de que um som que para nós é mínimo, para os gatos, que têm uma audição apuradíssima, é muito mais forte e irritante.

Diz-se que, a longo prazo e em alguns casos, o uso dos guizos pode mesmo provocar problemas neurológicos no animal.

E por aí, são a favor ou contra o uso dos guizos nas coleiras? Costumam usar nos vossos gatos? 

 

 

A história por detrás do guizo

A ideia do sino no pescoço do gato é muito antiga, e podemos encontrá-la numa das fábula de Esopo:

"Há muito tempo, os ratos reuniram-se em conselho para decidir a maneira de se verem livres do gato que andava permanentemente à caça deles.
O gato era muito esperto, deslocava-se furtivamente, sem fazer barulho e, quando atacava, era mais rápido e mortífero do que um relâmpago.
Vários ratos expuseram as suas ideias, e a reunião prolongou-se pela noite fora. Nenhum dos planos parecia resultar, até que um rato muito novo pediu a palavra.
 
- Proponho - disse ele - que se pendure um guizo ao pescoço do gato. E, assim, cada vez que ele se mexer, o guizo toca e avisa-nos do perigo. Ouvimos o som e temos tempo de fugir.
 
Os outros ratos acharam que era uma óptima ideia e foi uma chiadeira de entusiasmo e aplausos.
 
Então, um velho rato, que tinha ficado calado durante todo o tempo, levantou-se e disse com gravidade:
- A tua proposta é excelente e tenho a certeza de que vai dar resultado. Mas pergunto uma coisa.
Calou-se.
 
- O que é? Faça a pergunta- chiaram os outros ratos.
 
- Quem - disse o velho rato - vai pendurar o guizo ao pescoço do gato?
 
Desta vez, nenhum dos ratos teve mais nada a dizer."

 
Versão de Ricardo Alberty, Fábulas de Esopo