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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Seriam capazes de clonar os vossos gatos?

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A propósito desta notícia, pergunto-me se alguma vez seria capaz de clonar uma das minhas gatas?

Qual é mesmo o objectivo da clonagem? Ficar com um gato exactamente igual, quando o original falecer?

Ao que parece, apenas as características físicas serão semelhantes e, mesmo assim, nem sempre. Tudo o resto, seria como ter um qualquer animal novo, podendo apresentar características de personalidade parecidas, ou totalmente diferentes.

 

A Tica era a nossa menina. Sofremos muito quando ela faleceu, daquela forma estúpida que sabem. Claro que gostaríamos de passar muitos mais anos com ela. Mas, no fim, não seria ela que ali estaria, mas outra gata. E seria muito mais doloroso assistir todos os dias à substituição de alguém que é único e insubstituível, lidar com uma farsa e pactuar com ela, enganando-nos apenas a nós próprios. Seria frustrante esperar que o clone da nossa gata tivesse exactamente o mesmo tipo de comportamento, e ver continuamente essas expectativas defraudadas.

 

Penso que não seria capaz de fazê-lo, ainda mais com tantos gatos a precisarem de família, por aí.

O que é de cada animal, só a ele pertence, e partirá com ele quando chegar a sua hora. O que o animal partilhou connosco, ninguém nos poderá tirar, e é isso que devemos lembrar.

 

Clonar um animal, mais do que querer prender num corpo estranho toda a vivência e memórias que temos do nosso animal, é tornarmo-nos prisioneiros do nosso próprio egoísmo.

 

E por aí, seriam capazes de clonar os vossos gatos?

 

O que somos aos animais que vivem connosco?

Foto de Becas e Amora.

 

Desde sempre que nós, humanos, nos apelidamos, relativamente aos animais que estão a nosso cargo e dos quais cuidamos, como seus donos. Era algo tão natural e tão espontâneo, que nem questionávamos.

Nesse tempo, ainda os animais eram vistos como coisas, e daí também ninguém se importar com a forma como tratávamos os animais, e a forma como nos víamos em relação a eles.

 

Hoje em dia, com tantas lutas por um novo estatuto do animal, e por melhores condições e protecção aos animais de estimação, a palavra "dono" começa a ser mal vista, e a provocar mal estar entre alguns defensores de animais.

 

Pois eu confesso que continuo a dizer que sou a "dona" das minhas bichanas, e não pretendo mudar. E não mudo, porque não o faço com a conotação negativa que lhe querem dar.

Defender os animais e os seus direitos, acho bem. Mas sem cair em exageros. A maldade, muitas vezes, está nos olhos de quem a vê.

Sou a sua dona, tal como elas são minhas donas! Pertencem-me, tal como eu lhes pertenço a elas. Numa relação de amor, carinho, amizade, lealdade...Não no sentido de propriedade, de que lhes posso fazer o que quero porque são minhas.

 

Não condeno quem prefere apelidar-se de cuidador, tutor, ou até pai/mãe. Mas não condenem, da mesma forma, quem prefere apelidar-se de dono.

 

E por aí, como se vêem em relação aos vossos animais?

A limitação geográfica nas adopções de animais

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No que respeita a adopções de animais, nomeadamente, cães e gatos, para além de vários outros requisitos, há um que não consigo compreender totalmente: a limitação geográfica.

 

Por norma, algumas associações e cuidadores de animais impõem esse limite, restringindo os possíveis adoptantes a determinadas zonas/ localidades que se situem perto dessas associações/ cuidadores, pelos seguintes motivos:

 

- para aquelas que gostam de entregar em casa dos adoptantes, é mais fácil e evita gastos em deslocações (até aqui, percebo)

- é, igualmente, mais fácil surgir adoptantes que morem perto, do que de longe

- as associações/ cuidadores afirmam que é mais fácil, em caso de devolução, receberem de volta os animais

- afirmam também que é mais fácil seguir os animais entregues para adopção

 

E é nestes dois últimos pontos que me parece haver contradição:

- quem garante às associações/ cuidadores, que os adoptantes lhes vão entregar de volta esses animais, no caso de chegarem à conclusão que não querem ficar com eles? Quem garante que os mesmos não sejam abandonados à sua sorte, noutro sítio qualquer?

 

- e de que forma é que as associações/ cuidadores conseguem acompanhar todos os animais que entregaram para adopção, quando eles próprios dizem que "já foram tantos os que passaram por nós, que de muitos já nem nos lembramos".

 

Bons e maus adoptantes, tanto existem perto como longe. Pode haver um bom adoptante a quilómetros, e um mau adoptante na localidade ao lado.

E se um adoptante quer muito um animal, de certeza que está disposto a ir buscá-lo seja onde for, se for essa a intenção.

Por outro lado, cuidado com as aparências. O facto de entregarem os animais em casa, para assim tentarem confirmar as condições em que viverá, e verificar as pessoas vão adoptar, não significa que, viradas as costas, as coisas sejam como mostraram.

 

E é ainda mais contraditório limitar os adoptantes a zonas que são, precisamente, conhecidas e pautadas pelo abandono animal.

 

Compreendo que não queiram entregar um animal no qual investiram tempo, dinheiro, dedicação e amor, a qualquer um, podendo errar e deitar tudo a perder, mas tudo o que é em demasia acaba por ser mais prejudicial que benéfico, e podem estar a negar várias oportunidades, aos felinos e caninos, de ter uma família. 

A esterilização/ castração de um gato é sempre igual?

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Já aqui falámos sobre esterilização/ castração, nomeadamente, idade aconselhável e benefícios que trazem, relativamente a outros métodos.

No entanto, a questão que coloco hoje, após ter tomado conhecimento da morte de um gatinho bebé por complicações relacionadas com a esterilização em idade precoce e falta de cuidados, está relacionada com o tipo de procedimento adoptado pelos médicos veterinários/ clínicas, no que respeita, não só à própria esterilização/ castração dos gatos, como aos cuidados pré e pós cirurgia.

 

 

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Sabemos que esterilizar/castrar gatos de rua, pertencentes a colónias, exigem (ou assim o dizem os entendidos) uma forma de actuar mais rápida, uma vez que são, na sua maioria, gatos silvestres, que não gostam de contacto com os humanos para além do necessário. Daí que o programa CED - Captura Esterilização Devolução, implique uma actuação mais acelerada, garantindo que os gatos são esterilizados, e ficam minimamente bem num curto período de tempo, devolvendo-os à colónia sem grandes riscos para a saúde, tendo em conta o ambiente em que vivem. A partir daí, vão sendo vigiados nas visitas à colónia. 

 

Em contrapartida, um gato de casa terá mais tempo para recuperar dessa cirurgia, um ambiente mais favorável à cicatrização, e um acompanhamento por parte dos donos e médicos mais prolongado.

 

Por norma, as esterilizações através das associações, tanto de gatos para adopção como os de rua, são feitas com base num método diferente (pelo flanco) daquelas que são feitas nos hospitais/ clínicas aos gatos com dono (linha média), cada um com as suas vantagens e desvantagens (ver estudo aqui).

 

De acordo com a duração total de ambos os procedimentos, a aproximação pelo flanco foi significativamente mais rápida (p= 0,012).

Relativamente ao tamanho final médio da incisão, no flanco foi significativamente mais curto (p= 0,001).

A grande desvantagem da aproximação pelo flanco foi a fraca visibilidade do interior da cavidade abdominal, com consequente aumento das complicações intra-operatórias, tendo sido registado um caso de hemorragia por perda de um pedículo ovárico. Para além disso, a incidência de complicações pós-operatórias foi mais elevada nesta abordagem, onde se detectaram 4 casos. Na linha média houve registo de apenas uma gata com complicação pós-operatória.

 

Tendo em conta que é apenas um estudo, ainda assim parece indicar-nos que o segundo método acaba por ser uma melhor escolha, embora com o primeiro também possa correr tudo bem.

 

 

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Será, então, com base na rapidez de todo o processo que está a base para essa escolha? Ou o factor monetário também terá influencia?

Parece-me que a ovariohisterectomia através da linha média acaba por ser um pouco mais dispendiosa. Se os gatos têm um dono que quer o melhor para eles, pode optar pelo mesmo, pagando o que for preciso. 

Por outro lado, os gatos de rua são gatos de ninguém. Os gatos de estão nas associações (estas próprias vivendo de ajudas) são gatos ainda de ninguém. As clínicas/ veterinários, dada a parceria com a associação, cobram um valor muito mais barato pela cirurgia, pelo que é provável que, na hora de operar, optem pelo método mais barato também. 

 

E a idade?

Qual a idade certa para submeter o gato a este tipo de cirurgia? 

Há quem aconselhe aos seis meses, há quem o faça antes, há quem diga que deve ser feita antes do primeiro cio (que por vezes ocorre aos 4 meses). E se, em gatos caseiros, o perigo não é grande, em termos de ninhadas surpresa, o mesmo não se pode dizer de gatos de rua, que não conseguimos controlar. Neste caso, ainda será preciso fazê-lo mais cedo, porque um erro de dias pode resultar num aumento da população felina.

 

 

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E quanto aos cuidados pré e pós cirurgia? Que cuidados tem um médico veterinário para com os vários gatos que as associações levam para esterilizar, tendo em conta que o processo tem que ser rápido?

Pela minha experiência, no que respeita às nossas gatas, o veterinário fez análises e exame geral para verificar se elas estavam bem e saudáveis, caso contrário, não poderiam seguir para cirurgia. Após a cirurgia, foram acompanhadas durante cerca de uma semana e meia/ duas semanas, para ver como evoluía a cicatrização,e se não havia complicações. Foi aconselhada aplicação de pomada, foi trocado o penso, limpa a cicatriz.

Serão também estes cuidados aplicados aos restantes animais sem dono? Ou a urgência na devolução ao habitat natural impede os mesmos?

 

Terão afinal,os animais, neste caso os gatos, direitos iguais, independementemente da sua condição, ou existe diferenciação na forma como são feitas as cirurgias, e no tratamento que lhes é aplicado, com clara desvantagem para os gatos de rua, comparativamente com os de casa?

 

 

As famílias de acolhimento temporário

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Como o próprio nome indica, são famílias que acolhem temporariamente os animais, até que encontrem um lar definitivo.

Para muitas associações, que não têm um espaço físico, um abrigo onde ter os animais, esta é a solução encontrada para que os mesmos possam ser recolhidos da rua, e tenham todos os cuidados e atenção, até ao momento da partida.

Se não fossem as FAT's, a maioria das associações não conseguiria levar a cabo todo o trabalho com o resgate, acolhimento, tratamento e processo de adopção dos animais.

 

Agora, pergunto eu: quanto tempo deve um animal ficar numa família de acolhimento temporário? E se ninguém adoptar um determinado animal, ele fica a viver permamentemente com a FAT?

 

No que diz respeito aos animais que são acolhidos nestas famílias, e que ficam com elas meses ou até anos, não se até que ponto eles próprios não criam laços com os seus cuidadores, e até que ponto será benéfico ou não retirá-los depois, para irem para outras famílias, desta vez definitivas (ou assim se espera)

Mas sei que, como diz António Manuel, da direcção da Miacis - Protecção e Integração Animal:

"Ser Família de Acolhimento Temporário é uma “missão” para a qual nem todos têm capacidade. Eu faço tudo, ajudo de todas as formas, mas FAT não consigo ser. Se um animal entra em minha casa já não consigo que saia.”.

 

 

Pois é exatamente isso que eu sinto que aconteceria comigo. Ficaria tão ligada aos meus meninos, que não iria conseguir deixá-los partir!

 

“É preciso muita disponibilidade. E um altruísmo gigante. Até porque quando pedimos ajuda não sabemos se o animal vai demorar dois dias, duas semanas ou dois anos a encontrar um dono.”

 

De acordo com Manuela Melo, o maior drama são mesmo as despedidas. Lembra-se perfeitamente do primeiro gato que deu, um preto e branco:

“Fui o caminho todo a chorar. A senhora a dizer que ia tratá-lo muito bem e eu chorava e chorava. Agora, mais mentalizada para esse dia, já não saio tão lavada em lágrimas."

 

Para Luísa Rocha, a escolha de ser Família de Acolhimento Temporário não é uma escolha racional:

“É pensar com o coração e gostar deles em dobro.”

 

Quem é que, por aí, já foi ou é FAT, e quer partilhar a sua opinião ou experiência com o Clube?

Queremos também saber o que pensam os nossos seguidores, sobre as famílias de acolhimento temporário para animais.

 

Ver mais em familias-de-acolhimento-temporario