A doce e destemida Panterinha está desaparecida
Da minha varanda das traseiras estava sempre a vê-la (tirei esta foto da mesma). Construi este abrigo e coloquei este ponto de comidinha para ela. Passou lá dentro todo o inverno . Só desde março é que já não ia lá para dentro, porque já não fazia tanto frio, mas era ela que mais usava o ponto de comidinha. Ela sabia que nunca passaria fome, por isso raramente saía dali.
A primeira vez que a vi nestes arbustos era pequenina e estava a mãe estava a amamentá-la. A mãe era uma gata branca e preta, que também a dada altura deixei de a ver.
Tinha um andar peculiar que fazia com que a distinguisse bem dos outros da mesma cor. Era arisca, mas confiava em mim. Ia-me esperar ao carro na esperança que lhe trouxesse um miminho. Andava a ficar com o pelo meio castanho, talvez devido ao sol.
Não estava esterilizada, mas nunca tinha engravidado, mesmo depois de a ter visto acompanhada de um Panterão.
Mas desde a passada sexta-feira, ou seja, faz hoje oito dias dias, que deixou de aparecer. Não estava doente.
Estava talvez, magra. Estava para a tentar desparasitar colocando um comprimido no paté.
São estes desaparecimentos, estas perdas que me deixam triste e impotente. Já me disseram "mas não podes simplesmente ajudar, alimentar, sem te afeiçoares!?" Pois, mas não consigo! Há gatos que nos ajudam também, que nos mostram gratidão, como não afeiçoar? Como não sofrer quando os perdemos de vista? Imaginar que foi atropelada, que alguém lhe fez mal.
Ela era tão especial! Que bom seria que estivesse bem e com alguém para a vida...
Eu não teria capacidade psicológica para trabalhar numa associação, pois imagino que essas pessoas tenham este tipo de desgostos (além de outros obstáculos) várias vezes e é preciso grande coragem para os superar! São verdadeiros super-heróis e super-heroínas! Admiro-os imenso! Gratidão/admiração é o que sinto por estas pessoas!