Homenagem a um gato de rua, muito especial
Em finais de abril, o gato da minha rua, de nome Alone, desapareceu. Durante algum tempo, julguei que era mais um dos seus habituais desaparecimentos, e que voltaria, como sempre aconteceu. Entretanto cerca de dois meses e tal depois, essa esperança, de que ele volte, já não a tenho!
Questiono-me tantas vezes o que lhe terá acontecido. Pode ter sido atropelado, pode ter sido envenenado, pode ter sido caçado! Não sei! Não sei que fim ele teve. Mas concluo que ele já não esteja entre os vivos, a não ser que alguém se tenha encantado por ele, e o tenha levado para casa...
Foi o gato de rua mais especial que conheci, fazia parte dos três mosgateiros.
O Alone quando eu chegava à rua, ia-me me esperar ao carro. Conhecia bem a minha viatura.
Dava-me turrinhas, pedia comida e pedia festinhas. Chegou a entrar no meu prédio, julgo que queria ir comigo para casa.
Não sei se ele depois de tantos anos na rua, seria feliz dentro de um apartamento, mas também nunca o pude levar. Não tinha espaço, nem condições para sustentar mais um gato.
Ele foi terapia para mim durante tempos difíceis. A sua dedicação e ternura por mim, fazia-me sentir útil, importante!
Nunca mais, um outro gato me voltará a ir esperar à porta do prédio com aquele miar doce, nem voltará a ir esperar ao estacionamento.
Não lhe cheguei a agradecer tudo o que ele fez por mim, porque ele fez por mim, mais do que eu fiz por ele. Tenho muitas saudades dele! Acompanhei-o durante quase três anos, não o irei esquecer!