Não tenho boas notícias para vos dar...
Foi esta a frase que nós preferíamos não ter ouvido esta noite.
Levámos a Becas e a Amora ao hospital, para ver o que se passava com a Becas, e para ver se estava tudo bem com a Amora.
A Becas, devido ao seu estado, foi a primeira a ser observada. Aparentemente, a veterinária não conseguiu ver nada de anormal. Não tinha febre, não estava totalmente "descompensada", não havia uma causa visível para os sintomas que descrevemos.
Para um melhor e completo diagnóstico, fizeram um hemograma para análise dos valores. Esperámos 10 minutos pelos resultados. Lá dentro, vejo a veterinária a falar com os colegas e a olharem para o papel. Quando a veterinária volta a entrar no gabinete, com a Becas, disse-nos logo "Não tenho boas notícias para vos dar".
A Becas tem os valores dos glóbulos brancos completamente fora dos padrões normais. Para terem uma ideia, o valor de referência é cerca de 5 - a Becas tem cerca de 0,6 - ou seja, praticamente nada! Não tem defesas nenhumas.
Foram feitos mais testes, para verificar se a Becas estava com Panleucopenia felina, FIV e FELV. Deu negativo para os dois últimos, positivo para a primeira.
Para quem, como eu, não faz ideia do que é esta doença - Panleucopenia felina - a mesma é causada pelo parvovírus felino, espalha-se facilmente entre gatos ou é transmitida no seu ambiente. O vírus ataca os glóbulos brancos do sangue e enfraquece o sistema imunitário, causa gastroenterite, febre, dor quando bebe, vómitos ou diarreia, desidratação e morte.
Em casa, a Becas não sobreviveria. A solução, sem qualquer garantia de sucesso, é o internamento.
Ficou internada, com prognóstico reservado, corre o risco de não sair de lá com vida.
A Amora, que por enquanto não apresenta sinais fora do normal, veio para casa mas tem que ser vigiada, porque esteve em contacto permanente com a Becas e pode vir a apresentar os mesmos sintomas e ter sido contagiada. Na verdade, a Amora não saiu de perto da Becas toda a tarde, e enquanto esperávamos pelos resultados, no veterinário, esteve sempre agarrada a ela. Agora, está triste porque não veio a sua amiga.
E nós, estamos de uma forma que é difícil descrever. A Tica morreu há pouco mais de um mês. Agora, a Becas pode ter o mesmo destino.
Entre retirar todas as hipóteses de salvar-lhe a vida, e arriscar uma hipótese reduzida de a salvar, optámos pela segunda, mas não sei ainda como vamos fazer para pagar o internamento da Becas, que irá ficar em 556 euros - orçamento para 5 dias no hospital. E isto se for só para a Becas, porque se a Amora vier a apresentar um diagnóstico igual, não vamos ter mesmo como ajudá-las.
Começo a achar que não estamos destinados a ter animais de estimação.
Vou fazer um apelo no facebook, e tentar que seja partilhado em alguns grupos de animais, para ver se conseguimos alguma ajuda com estas despesas.
Claro que eu sei que as pessoas têm os seus próprios animais, têm as suas próprias despesas e a responsabilidade é nossa, tanto pela adopção como pelo que daí advém, incluindo os cuidados médico-veterinários.
Mas neste momento, as coisas estão mesmo muito complicadas e toda a ajuda é bem vinda, nem que seja um empréstimo.
Para quem estiver a ler, não pensem que este post é apenas um pedido de ajuda financeira, porque não o é, nem se sintam na obrigação de ajudar. Podem ajudar de outras formas, com pensamentos positivos, rezando pela Becas, apoiando como puderem e quiserem.
Por aqui, tentamos acreditar que tudo está a ser feito para que a Becas ultrapasse esta doença, que ela vai lutar pela vida, e venha para casa curada daqui a uns dias. Não posso sequer imaginar que vamos perder a nossa charmosa ursinha despenteada!
Deixo aqui o orçamento do internamento da Becas, do qual já foi pago hoje 30% do valor. No dia da alta, teremos que pagar metade do valor restante, e deixar dois cheques pré-datados para pagamento da outra metade.