O que faço à minha vida?!
Será que o gato pensa que esta é a casa dele, e que nós somos os donos?
E, se calhar, ficava mais bem entregue.
Há uns anos atrás, eu própria acharia perfeitamente normal o gato andar na rua, com uma coleirinha tão bonita e um guizo a condizer, saltando de porta em porta, como faziam os bons vizinhos "o que é meu é teu, e o que é teu é nosso".
Actualmente, o pensamento é outro. Mal vi a miúda com o gato, avisei-a "olha que com os gatos brancos é preciso muito cuidado, não podem apanhar sol". Claro que foi o mesmo que falar para uma parede.
E quando vi, há dias, o gato com a tal coleira com guizo, pensei "oh não, mais uma asneira que fizeram". A pior coisa que podem fazer a um gato é pôr-lhe um guizo. Mas pronto, o gato não é meu. Não posso dizer nada.
O que é certo é que ele, mal nos vê entrar ou sair, vem ter connosco. Põe-se muitas vezes à janela, a ver se engata a Becas, embora a namorada oficial seja a Kikas, ou à porta, à espera da oportunidade para entrar em casa.
E, agora, deu-lhe para vir atrás de nós, pela rua. Ainda ontem, estava a ir com a minha filha, e ele foi connosco até meio do caminho, sujeito a ser atropelado. O gato é tão mansinho. No outro dia fui despejar o lixo, e ele foi comigo. À vinda, foi até casa ao meu colo, todo contente!
Por vezes, apetece mesmo pegar no gato, dar-lhe um belo banho, tratar dele em condições e ficar com ele. Mas depois, lembro-me que ele tem dono. E mesmo que ficasse com este, acabariam por ir buscar outro e acontecer o mesmo.