Quando queremos ajudar, e não temos como fazê-lo
Na semana passada encontrei este gato na colónia.
Não sei se é novo, ou se é um dos bebés que, há uns meses, nasceram e andaram por lá, mas depois desapareceram.
Quando o vi a primeira vez, andava de volta de uma caixa com comida. Apesar de ter outras caixas ao lado com mais ração, ele só estava concentrado naquela, a enviar o focinho lá dentro e tentar rapar a caixa.
Vi que estava todo encarcado da chuva, meio sujo, e pareceu-me até ferido, mas não me consegui aproximar muito para perceber, porque ele se enfiou debaixo do velho sofá.
Hoje, na minha ida habitual à colónia para deixar ração e água, deparei-me com ele deitado na cadeira. Não fugiu, quando me aproximei. Ficou onde estava.
Está, claramente, doente. Parece até fraco, sem forças. Fui a casa e voltei a passar lá, e ele continuava no mesmo sítio. Tentei fazer-lhe uma festinha, mas começou a bufar. Deve ter medo, estar escaldado.
Ao contrário dos restantes gatos que por lá andam que, apesar das circunstâncias, aparentam estar saudáveis e felizes, este gato é o contraste total.
Nem todas as vidas de gato são boas, mas há vidas que deixam marcas e mazelas difíceis de recuperar...