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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Uma tragicomédia felina!

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Quando vi esta imagem, não pude deixar de imaginar a Becas e a Amora com vestidinhos como este, e sentadinhas assim, tão bem comportadas!

A Amora iria estar mais animada por parecer uma princesa. Já a Becas, iria estar de mau humor, a maldizer a pessoa que se lembrou de lhe enfiar aquilo no corpo.

E comecei a imaginar todo um filme com elas, que foram a uma festa de aniversário felina pela primeira vez!

 

Mãe gata: Vá meninas, portem-se bem, que eu mais logo venho buscá-las!

Amora: Estou tão bonita com este vestido.

Becas: Não havia nada mais pindérico para nos vestir? Estou ridícula!

Amora: Mas fica-te bem.

Becas: O tanas! Somos gatas, não precisamos de roupa. Só estorva. Ainda por cima temos que estar aqui a fazer sala.

Amora: Deixa de ser resmungona. Vamos aproveitar e brincar.

 

A ver uma mosca, Amora lança-se para fora do sofá, na esperança de angariar um petisco.

Becas a pensar "Onde é que esta louca vai agora?"

Amora: Ajuda-me, Becas.

Becas: Que nojento! Quem é que come moscas?

Mas, ao ver a Amora a afastar-se, decide saltar também e segui-la, não vá a irmã meter-se em apuros.

Becas: Pára de correr de um lado para o outro!

Amora: Olha, ela posou ali em cima. Mas eu não consigo subir. Vais lá tu?

Becas, olhando para a altura do móvel: Ali para cima? És doida?

Amora: Vá lá, Becas. Tu consegues.

 

Becas, depois de olhar várias vezes, lá salta mas a sua unha prende na renda, acaba por cair e, com ela, vem o bibelot atrás que, por pouco, não lhe acerta.

Claro que, entretanto, a mosca fugiu e a Amora já não quer saber dela, porque viu um pássaro pela janela e foi para o jardim tentar apanhá-lo.

 

Cansada de se armar em catsitter da irmã, que só por acaso até é mais velha que ela e deveria ser ela a tomar conta de si, mas com receio de ficar ali sozinha no meio de estranhos, pouco habituada às lides da convivência, corre para o jardim.

Mas, pelo caminho, escorrega numa tampa de caixa que por ali andava e vai parar mesmo em frente ao repuxo de água, ficando ensopada, e ainda mais furiosa.

E, reclamando entre dentes consigo própria, com a sua má sorte e com o trabalho que a Amora lhe está a dar, nem se apercebe da chegada de um felino, que tem um fraquinho por ela.

Ele ainda tenta fazer conversa, só que, depois de afirmar que ela está muito bonita e arriscar um miaujinho, leva uma patada. 

 

Entretanto, chega a Amora, que já desistiu do pássaro.

Amora: Credo, o que te aconteceu?

Becas: Ainda perguntas? Tenho que andar atrás de ti, e olha no que deu.

Amora: Deixa lá, está calor, sempre refrescaste o pelo!

Becas: Que piada! Vê lá se também queres levar um banho.

 

Amora: Olha, ali na mesa estão uns pedaços de fiambre.

Becas: Sempre é melhor que moscas.

Amora: Vamos lá?

Becas: Vai lá tu, desta vez.

Amora: E como subo?

Becas: Experimenta aquele cadeirão, e de lá sobes para a mesa. Depois empurras o fiambre cá para baixo com a pata.

 

A Amora assim faz e, depois de saborearem o petisco, refastelam-se as duas no sofá, à espera que a mãe gata chegue. 

Mal a vêem, sentam-se direitinhas, a Becas já com o vestido enxuto.

Mãe gata: Então correu tudo bem? Na próxima semana têm um convite para mais uma festa.

Amora, contente: Boa!

Becas, traumatizada: Oh, não! 

 

 

 

 

Ser gato de rua

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Diz um ditado humano que "a relva é sempre mais verde no quintal da vizinha".

Quantos da nossa espécie, que vivem a sua vida rodeados de conforto, protecção e segurança, não desejariam um pouco da nossa liberdade? 

E quantos de nós, que vivemos na rua, não desejaríamos ter a vida deles.

Mas, será que trocaríamos tudo o que temos (e o que não temos), para mudar para o outro lado? Aquele que nos parece mais apetecível, desejável, tentador? 

Ou quereríamos, passado um tempo e, às primeiras dificuldades, voltar à vida antiga?

 

É mais fácil um gato de rua habituar-se a uma casa, que o contrário. Mas nem sempre corre bem.

Nem sempre estamos dispostos a deixar as ruas, onde vivemos durante anos, e a perder muito daquilo que conquistámos.

Ainda que não seja fácil viver nas ruas.

É preciso sorte. 

Esta noite, dormi neste cartão, deixado aqui neste terreno, ao pé de um mal cheiroso contentor do lixo. Claro que uma caminha quentinha era muito melhor. Mas tive sorte, porque foi esse cartão que me protegeu do frio que se fez sentir até de manhã.

É preciso sorte com os humanos que vivem onde nós andamos.

Há os que nos querem ver pelas costas. Os que correm atrás de nós para nos expulsar. Os que nos agridem. Os que deixam comida envenenada para nos matar.

Mas também há os que nos tratam bem, dão-nos alguns mimos e até nos oferecem uma refeição.

Nunca sabemos quando vamos encontrar alimento, ou quantos dias vamos ter fome mas, se tivermos sorte, há sempre quem nos deixe qualquer coisita para comer.

E não nos julguem mal agradecidos, ou esquisitos, se nem sempre devorarmos aquilo que nos deixam para comer.

É que, apesar de tudo, e da vossa boa vontade, há coisas que ninguém sequer se atreveria a provar. E não é por sermos gatos que já podemos comer tudo. Há coisas que nos fazem mal, que nos deixam doentes. Mas, ainda assim, agradecemos.

 

É preciso ter sorte, com os locais que escolhemos para ficar.

É preciso não arranjar guerras com outros gatos, sobreviver aos cães que parecem querer devorar-nos, fugir dos carros que passam e fingem não nos ver, ou não nos vêem mesmo, e nos podem matar em segundos.

É preciso ter sorte de encontrar um abrigo, nem que seja só por aquele dia, ou aquela noite.

 

Mas como poderíamos deixar de agradecer a nossa liberdade?

Como poderíamos não ser gratos pelos imensos banhos de sol que apanhamos, apesar dos muitos dias de frio e chuva?

Como poderíamos não ser gratos pelo céu estrelado à noite, apesar das muitas noites em que as nuvens as tornam escuras e assustadoras?

Como poderíamos não ser gratos por fazer aquilo que nos apetece, sem estar presos, sem andar constantemente a caminho dos monstros de branco, que só querem o nosso bem mas que nós gostamos é de ver longe de nós?!

Como poderíamos não ser gratos pelos amigos e companheiros que vamos fazendo por aí?

Como poderíamos não ser gratos por todos os sítios que descobrimos? Pelos insectos, lagartixas ou ratos que perseguimos? 

E como poderíamos ajudar aqueles que se atrevem a aventurar-se na rua, nem que seja por umas horas, se não estivessemos, também nós, já habituados a esta vida?

 

Se estamos mais expostos aos perigos? Talvez.

Mas quantos gatos não correm mais perigos nas mãos dos humanos que os adoptaram?

 

Acho que o que todos nós queríamos, no fundo, era ter o melhor dos dois mundos.

Como nem sempre é possível, esperamos que a sorte nos leve onde conseguirmos ser felizes, com aquilo que nos for dado, e permitido.

 

 

Quando os nossos gatos fogem, e nem nos apercebemos disso!

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Por já ter, infelizmente, alguma experiência no que toca a fugas de gatos da nossa casa, foi precisamente sobre esse tema que escrevi para a Miau Magazine de Janeiro.

No artigo, recordo a aventura da Tica, e partilho dicas sobre o que fazer em caso de desaparecimento do nosso animal de estimação, bem como conselhos para não alimentar aquele sentimento de culpa que tanto nos afecta. Claro que todo o artigo se refere a quando um gato desaparece, e nós sabemos disso e tentamos encontrá-lo.

 

 

Mas, e quando os nossos gatos fogem, e nem nos apercebemos disso?!

Como costumo dizer, tanto a Becas como a Amora têm algumas semelhanças com a Tica, não só a nível físico, como de feitio.

E a Becas parece ter herdado alguns dos genes da Tica, que saía para a rua, mal apanhava uma porta aberta. Esses genes estão a manifestar-se cada vez mais, e ontem passou a noite na rua.

Sem sabermos.

 

 

A primeira tentativa foi quando eu cheguei a casa. Apanhámo-la logo no quintal.

A segunda tentativa foi quando o meu marido veio das compras. Mais um vez, pegámos nela, e levámo-la de volta para casa.

À terceira, foi de vez. O meu marido saiu para trabalhar e não se apercebeu que, com ele, também a Becas tinha saído.

Tanto eu como a Inês já estávamos deitadas, e convencidas de que a Becas estava em casa.

 

 

De madrugada, a Amora começou a andar inquieta. Ora entrava dentro da cama, ora saía. ora voltava a entrar, para logo em seguida sair.

Ouvi também um barulho na porta. Parecia alguém a tentar abri-la. Mas pensei que fosse a Becas a brincar com as caixas que tinha deixado na entrada, e não liguei.

De manhã, levanto-me, e oiço miar. 

Olha, a Becas está com tanta fome que já mia desalmadamente, pensei eu. Mas não a vi.

Abri a porta da casa de banho, achando que ela podia ter ficado lá fechada, mas não. E o som vinha de longe. 

Abri a porta da dispensa, e também não estava lá.

Espreito pela janela da porta, para ver se era o Branquinho a miar lá fora. Vejo um gato. Parece clarinho. Abro a porta e, apesar de estar escuro, parece o Branquinho. Continuo a andar, para confirmar, e descubro que é o Branquinho, sim, e acompanhado pela Becas!

 

 

E é aqui que o meu coração pára momentaneamente, perante a constatação de que a nossa Bequinhas passou a noite toda na rua, ao frio, sabe-se lá com quem, e em que condições.

Enquanto nós dormíamos descansadas, na cama, quentinhas.

Pego imediatamente nela, e levo-a para casa. Só depois me apercebi do quão mau isto pareceu, por ter deixado o Branquinho na rua, sozinho, enquanto levava a Becas para casa.

E pode parecer parvoíce mas, apesar de tudo, fico grata ao Branquinho porque, de certa forma, parece que a protegeu e lhe fez companhia  para não se sentirem tão sós. 

Ela estava aparentemente bem, sem nenhuma ferida ou marca de que tenha corrido mal a noite.  Penso que ela não terá saído dali do quintal, uma vez que a Amora andava inquieta, quem sabe percebendo que alguma coisa se passava, ou que a amiga estava lá fora.

Já em casa, comeu, fez as suas necessidades, e estava na boa.

 

 

A Amora é que não parou de bufar a assanhar-se para ela o tempo todo, estranhando a companheira, e a pensar por que raio tínhamos levado um gato lá para casa. E se eu pegava na becas ou lhe fazia festinhas, a seguir a Amora assanhava-se para mim também.

Cá entre nós, temos a teoria de que a Amora está cheia de ciúmes porque a Becas passou a noite com o Branquinho, e agora até já parece amiga dele!

 

 

E agora?

O que fazer quando o nosso gato, que está sempre em casa, passa algum tempo na rua, inclusive em contacto com outros gatos?

Tendo em conta que ela não está ferida, e que não pode ficar prenha, já que é esterilizada, as principais preocupações são desparasitá-la, interna e externamente, e à Amora também.

Apesar de tudo, não acredito que tenha contraído alguma doença mais grave mas, por descargo de consciência, será melhor marcar consulta no veterinário, para verificar se está tudo bem. E, logo que possível, vacinar ambas contra o Felv, não vá a fuga repetir-se de novo.

Uma aventura matinal

Hoje quando o meu marido saiu para o trabalho eu já estava acordada, pois também ia entrar mais cedo ao meu trabalho. Vi-o sair e até fui eu que fechei a porta.

 

Andava eu a fazer as minha tarefas matinais quando ouço alguém aos encontrões à minha porta. Já não era a primeira vez que a cadela do vizinho fazia isto, talvez por lhe  cheirar a gatos. Só que aquilo não parecia um cão parecia um touro, uma porta tão forte abanava toda. Comecei a ficar preocupada. Entretanto o som/gemido aflitivo  que ouço pareceu-me de gato. Então pensei, é o Alone (gato de rua que é meu afilhado). Fechei o Rafael na sala, e como o Riscas não estava ali, supus que estivesse nos quartos.  Resolvi abrir a porta só o bocadinho para ver o que era, nem me lembrei de olhar por aquele óculo que tenho na porta. Mal abro a porta e quem estava do lado de fora? Quem!? O Riscas! O próprio em  gato! Super assustado!

 

Não consigo perceber como é que ele saiu e passou por nós os dois, sem que um de nós desse conta! Logo nós que somos tão cuidadosos e cautelosos. Durante 12 minutos o bichano andou aqui pelo prédio, felizmente não foi para a rua. Não sei como isto foi possível. Nunca o tinha visto tão aflito e assustado. Mas soube, num prédio de três andares, escolher o andar e porta certa para chamar...

 

Por tudo isto acreditem, que estas coisas podem acontecer até aos mais atentos e cauteloso, os bichanos conseguem nos ludibriar num ápice....

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Missão cumprida!

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Para dar por terminada esta primeira iniciativa solidária do Clube de Gatos, queria agradecer aos membros do nosso clube que deram o seu contributo com as histórias de cada um dos seus bichanos.

Queria também agradecer a todos os participantes que nos enviaram as suas histórias com gato dentro no âmbito do passatempo, e que enriqueceram o nosso livro.

 

Um livro que era apenas uma ideia vaga, mas que foi possível ganhar forma, graças à ajuda preciosa de algumas colaboradoras muito especiais, que embarcaram nesta aventura: Sofia, Mula, Joana, Anabela, Maria, Ana, Ana Sofia e Teresa (obrigada meninas!). Sem elas, não teríamos conseguido! 

 

Lançado o nosso livro, e feitas as contas, conseguimos angariar cerca de 270 euros, que já distribuímos pelas cinco associações contempladas nesta iniciativa:

 

Projecto Amor Animal

Associação dos Amigos dos Animais Abandonados da Moita

Associação O Cantinho dos Gatos

MafrAnimal

Rafeiros SOS

 

A nossa missão foi cumprida, e estamos muito felizes e orgulhosas pelo sucesso alcançado!

 

 

 

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Aqui ficam algumas mensagens deixadas pelas associações em questão, depois de saber das boas notícias: 

 

Projecto Amor Animal

A Rute do Projecto Amor Animal, agradece muito a nossa preciosa ajuda - "Ajuda muito! Muito, muito obrigada!"

 

Associação O Cantinho dos Gatos

 

"Parabéns por todas as vendas que conseguiram e muito muito obrigado pela ajuda à Associação O Cantinho dos Gatos através da transferência do montante. É uma ajuda preciosa para os nossos meninos.