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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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O fim de uma colónia (pelos piores motivos)

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Da última vez que aqui falei da Colónia de Santo André, a mesma estava a ser intervencionada por uma associação, com vista ao CED. Isto foi em Julho.

 

Hoje, final de setembro, é com muita pena minha que aqui escrevo sobre o fim da colónia 

Não porque tenham sido adoptados, mas porque todos, à excepção da Bela, desapareceram.

 

Hoje, ao falar com uma senhora que vive ao lado da colónia, ela disse-me que os filhotes da Beckie, que estavam num quintal do outro lado da estrada, devem ter morrido, atacados por ratazanas (parece que por ali andam algumas).

 

Por outro lado, a mesma senhora diz que costumam ir para aquele edifício algumas pessoas, à noite. Ora, não será preciso dizer mais, para adivinharmos que tipo de pessoas irão para ali, e o que poderão fazer aos gatos que, por norma, é ao final do dia e noite que ali aparecem.

 

Os primeiros gatos da colónia, como é o caso da Bela, estão ali há cerca de 3 anos. Desde então, muitos nasceram, outros tantos morreram (uns ainda bebés, outros atropelados ao atravessarem a estrada), outros desapareceram.

Mas há muito que por lá andavam os residentes habituais, sobreviventes, com quem acabei por criar uma ligação especial, apelidando-os de meus afilhados.

 

Sinto-me triste porque, provavelmente, nunca mais irei ver a pequena Oreo, ou o meu Pompom, que eu tanto adorava, e que acompanhei desde que eram pequenitos.

Nem as malhadinhas - Minnie, Margarida e Charlotte. Nem o D. Juan. Nem a Flockita, nem a Beckie.

 

Sinto-me triste, porque não morreram de fome, nem de frio, nem por doença. Nem por conta dos estudantes que para lá iam durante o dia.

Porque não morreram, nem sequer, quando deitaram abaixo parte do edifício. Porque nunca ninguém lhes fez mal e, agora, sem saber o que se passou, não há nem sinal de nenhum deles.

 

Aliás, o único sinal do que, eventualmente, pode ter acontecido, é de embrulhar o estômago.

No outro dia, e porque a associação teve conhecimento do desaparecimento dos gatos, e perguntou se teria sido algum caso de envenenamento, embora os médicos da Câmara digam que ninguém participou o aparecimento de cadáveres, arrisquei-me a ir ao pátio do edifício.

 

Andava por lá a Bela. Ficou a ver o que eu estava ali a fazer. Não quis (nem sei bem por onde se entra) entrar dentro do próprio edifício. Fiquei-me pelo pátio que vai dar à parte demolida. Não vi nada.

Mas ali, no sítio onde costumam brincar e andar, no meio das ervas, estava aquilo que com que ninguém se quer deparar: um cadáver de um gato.

 

E não fiquei ali mais tempo, não fosse ver mais alguma coisa que não quisesse. Não sei o que poderá, quem tiver autoridade para entrar no edifício e o faça, encontrar lá dentro. 

 

Para já, resta a Belinha, que não sei até quando se irá aguentar por ali sozinha, ou até que qualquer outro gato a ela se junte.

 

Notícias da Colónia de Santo André - programa CED

Nenhuma descrição de foto disponível.

 

Sabem quando os nossos filhos vão ao médico e, a determinado momento, os médicos pedem aos pais para saírem, quando é necessário fazer alguns procedimentos, porque sabem que a sua presença ao pé dos filhos vai dificultar mais do que ajudar?

Uma vez, fizeram-me isso, quando tiveram que costurar o dedo à minha filha, porque se eu lá ficasse, ela ia estar fazer um filme. Acho que da minha parte, conseguia aguentar. Já tinha visto pior, quando ela era bebé e lhe tiraram sangue na cabeça, por isso...

 

 

Pois que, com os animais, neste caso, os gatos, acontece o mesmo.

Mas, neste caso, sou eu a primeira a afastar-me!

Sou uma piegas, a quem muitas coisas fazem confusão e, assim, prefiro não ver, nem estar por perto.

 

 

Uma leitora do nosso blog viu, há uns meses, um post sobre a Colónia de Santo André, e quis dar o seu contributo para a esterilização desta colónia.

Antes, já eu tinha tentado entrar em contacto com algumas associações do concelho, mas sem sucesso, porque eram pedidas madrinhas que suportassem os custos.

Desta vez, haveria a possibilidade de ser sinalizada pela Câmara Municipal de Mafra e, quem sabe, ser objecto do programa CED.

Forneci as informações necessárias. A dita leitora do blog fez os contactos e inscrição da colónia. Ficámos a aguardar.

 

 

Confesso que essa decisão de contactar as associações, na altura em que fiz os primeiros contactos, foi feita sob dúvidas e algum egoísmo da minha parte também.

Por um lado, era importante controlar a colónia e evitar as ninhadas constantes. Por outro, tinha receio que os levassem, e deixasse de os ver.

Por um lado, pensava que, se encontrassem uma família que os adoptasse, teriam uma oportunidade de ser felizes. Por outro, questionava-me se não seriam mais felizes ali, na colónia, onde cresceram.

 

 

E foi com essas dúvidas e egoísmo que, quando me contactaram a dizer que iam começar o programa, mais uma vez, hesitei, antes de dar todas as indicações necessárias, marcarmos o dia e me oferecer para estar presente.

Nunca tinha visto, ao vivo, o procedimento de captura dos animais, embora tivesse uma ideia de como funcionava.

Foram colocadas as armadilhas nos locais onde eles costumam comer ou estar, e era preciso esperar que eles fossem aparecendo, e caindo nas armadilhas.

Dificultou o facto de não responderem ao meu chamado, de não virem ter comigo e de não terem horário certo para se alimentar.

No dia antes da captura, deve ser retirada a ração, para que eles tenham fome e seja mais fácil irem até à armadilha, onde os espera alguns petiscos ou ração, que pode funcionar em modo automático, ou manual.

Uma vez dentro da armadilha, esta é coberta com uma manta, e trazida para ao pé da transportadora, também ela coberta, para que, ao abrir a porta da armadilha, o animal entre logo na transportadora, sendo esta colocada no transporte da associação.

E assim se vai repetindo o procedimento, até serem levados para o local onde vão ficar a aguardar a vez de ir a cirurgia e, mais tarde, em recobro, antes da devolução à colónia.

 

 

Ora, este é um procedimento corriqueiro, habitual, que em nada magoa os animais e, no fundo, feito para o bem deles mas...

Só conseguia pensar: este é o local onde se sentem seguros, onde sabem que têm alimento e, agora, sempre que ali forem, vão associar alimentação a captura; como será que eles se devem estar a sentir, ao ficar, de repente, presos numa armadilha e colocados numa transportadora, às escuras, sem saber o que lhes vão fazer?

Estarão assustados? Com medo?

Terei feito o melhor em sujeitá-los a isso, ou sentirão eles que traí a sua confiança?

 

 

Nesse dia, foram capturados 6 gatos, pelo que me disseram depois, entre os quais a Bela e o D. Juan, e o panterinha pequeno.

Ainda falta capturar mais 3 ou 4.

Isto foi no domingo. Não voltei a ter notícias, entretanto.

Fiquei a saber que alguém terá encontrado, não sei bem quando, o corpo de 2 gatos pretos e brancos, pelo que suponho que tenham sido duas das malhadinhas. 

 

 

 

Começaram as obras, e os gatos lá estão

Foto de O Saloio.

 

Terça-feira de manhã - ia animada para o trabalho, mas depressa fiquei com o coração nas mãos.

Começo a ouvir um estrondo e pensei "isto não pode ser das obras do hospital, será que..."

E não foi preciso terminar o pensamento porque vi a escavadora, gigante, a derrubar tudo, confirmando o meu receio - estavam a demolir o edifício da Santa Casa, onde está a Colónia de Santo André.

 

Com o barulho que aquilo fazia, é normal que se tenham escondido não sei bem onde. Mas deixei lá a comida e a água.

À tarde pararam os trabalhos. Vi por lá um ou outro.

 

 

Ontem de manhã voltei a deixar a comida.

 

A seguir ao almoço, a escavadora voltou a atacar.

Ao final da tarde, vimos alguns dos pequenos, e uma das caixas de ração estava vazia.

 

 

Por enquanto, estão a demolir a parte de trás. Os gatinhos andam mais na frente.

Mas não sabemos se vai tudo abaixo, e se assim for, quando.

Há um projecto de 2016, não sei se é para cumprir, ou se há novo projecto.

 

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Os gatos, ou fogem para outro lado e, não sabendo para onde vão, deixarei de os poder alimentar,ou acvabarão por morrer por ali, debaixo do entulho, ou por alguma máquina, ou mesmo mão humana.

 

As associações foram informadas da situação. 

Umas, remeteram para nós, particulares, a tarefa de contactar quem de direito, para que pudessem lá ir.

Às que contactaram a CMM, foi dito que não tinham conhecimento de nada. 

 

E neste impasse em que ninguém sabe de nada, ou tem tempo para analisar a situação, perdeu-se precioso tempo que seria útil para angariar fundos e meios.

Agora, poderá ser tarde demais...

 

Que Deus os proteja! Que consigam escapar todos com vida. E que eu possa continuar a ajudá-los, onde quer que passem a estar.

 

Imagem O Saloio

A Colónia de Santo André está em perigo

Quem segue o Clube de Gatos do Sapo já conhecerá, certamente, a colónia da gatos que alimento diariamente, aqui perto de casa, e que batizei, para ser mais fácil daqui em diante, de Colónia de Santo André (por estar ao lado da Igreja de Santo André).

 

Já tinha falado com algumas associações sobre a mesma mas, como não era uma situação urgente, foi sendo adiada. Os gatos estão, de certa forma, protegidos ali naquele espaço onde nasceram e cresceram, e que já conhecem bem. 

Volta e meia, vinha-me à mente o que seria deles quando, algum dia, se lembrassem de demolir o edifício. Mas era algo improvável. Está ali há anos sem ninguém fazer nada. Quando poderiam remodelar e aproveitar para algo de útil. Por outro lado, enquanto assim permanecesse, os gatos tinham um lar.

 

No fim de semana passado, vejo uma publicação a pedir ajuda a todas as associações do concelho, para estes gatinhos, porque o edifício irá ser demolido. Fiquei em choque. E em pânico.

Voltei a falar com a responsável pela associação Adoromimos, que ficou de ver com a Câmara Municipal a situação, para depois se estudar a melhor forma de ajudar os gatinhos da colónia.

Embora não tenha ouvido falar de nada, numa pesquisa que fiz, já havia desde 2016 um projecto para requalificação daquele espaço. Não sei se será esse o projecto que agora irá avançar ou outro, mas o que é certo é que, haja demolição total, ou apenas parcial, os gatinhos não estarão em segurança, e torna-se inevitável tirá-los de lá.

Será o fim da colónia, o que me deixa triste, por saber que não os vou ver mais.

Mas o mais importante é que eles fiquem bem, e encontrem lares que os possam acolher.

 

A ir para a frente, seguir-se-á a captura, vacinação e desparasitação, esterilização das fêmeas, cuidados médicos a algum que esteja doente.

Bem como alimentação e outros bens, que a associação precise, enquanto estiverem ao seu cuidado.

 

A Colónia de Santo André irá precisar de toda a ajuda que lhe puderem dar e, para isso, o Clube de Gatos do Sapo vai, logo haja algo mais concreto, promover algumas iniciativas, com vista a angariação de fundos e o que mais for necessário, bem como divulgar, no momento oportuno, cada uma das adopções.

 

Para já, deixo-vos aqui as imagens dos gatos residentes da colónia:

 

A Bela - uma das residentes mais velhas - com um pelo lindo e olhos verdes, ela já sabe que eu levo comida, porque é das poucas que não foge a correr, e fica por ali à espera, ou dirige-se mesmo para a zona das caixas da ração

 

 

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O Dom Juan - um dos residentes mais velhos - penso que seja o pai da maioria das ninhadas, juntamente com a Bela, tem aparecido mais frequentemente, fica deitado a ver os restantes comerem e mia (algo que nunca tinha ouvido nele), não sei se estará doente

 

 

O Pompom - nascido em maio/ junho de 2017 - com uns olhos azuis lindos, penso que é estrábico e parece ter algumas dificuldades de visão, sempre foi o companheiro da Oreo, e parece assumir o papel de irmão mais velho e guardião da colónia na ausência dos adultos

 

 

A Oreo - nascida em maio/ junho de 2017 - grande companheira do Pompom, herdou os olhos verdes da mãe, e da gata pequenita e frágil dos primeiros meses, já pouco resta, tendo-se tornado uma bela gata

 

 

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A Rapunzel - uma das residentes mais velhas - disseram-me que é irmã da Bela e do D. Juan

 

 

A Charlotte - ninhada talvez de Setembro de 2017

 

 

A Margarida - ninhada talvez de Setembro de 2017

 

 

A Minnie - ninhada talvez de Setembro de 2017

 

 

O Lorde - não está lá sempre, vai aparecendo de vez em quando

 

 

O Salomão - nem sempre se vê por ali, mas é um dos gatos que por lá aparece para comer

 

 

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Pascoal - mais um que nem sempre está por lá (por acaso hoje apareceu)

 

 

Foto de Clube de Gatos do Sapo.

Leão e Flockito - da ninhada mais recente, penso que filhos da Bela - o Flockito tem olhos azuis, os restantes manos, verdes. O Leão tem um pelo espectacular, muito felpudo.

 

 

Foto de Clube de Gatos do Sapo.

O(a) Sol - Igual a este bebé, há ainda um outro - Pipoca, e mais um todo amarelinho - Mel - parecem uns pulguinhas a brincar e saltitar no meio das ervas, atrás dos insectos

 

 

Foto de Clube de Gatos do Sapo.

A Beckie (tricolor) - também de uma ninhada recente, não sei se filha da Rapunzel ou da Minnie, juntamente com uma outra preta e branca - a Sissi. São as mais receosas, ainda não se aproximam muito daquela zona, e se me vêem, escondem-se com medo

 

 

Nota: Os nomes foram colocados por mim, baseado naquilo que eu penso que sejam, machos ou fêmeas, até porque nunca me consigo aproximar muito sem que eles fujam com receio, apesar de todos os dias me verem colocar lá água e ração.