A turma dos Panterinhas e companhia!
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Se ainda dúvidas houvesse, de que os gatos sentem quando estamos mais em baixo, ou doentes, e decidem ficar ao nosso lado, como se de verdadeiros enfermeiros se tratassem, até nos sentirmos melhor, a Becas é a prova de que isso é verdade!
Desde que a minha filha foi para casa ontem, com febre, que a Becas não a largou.
Passou a tarde toda deitada ao pé dela na cama.
Nem sequer saiu quando o meu marido foi a casa ao almoço.
Já ao final do dia, enfiou-se dentro da cama com a dona júnior, e dormiram as duas.
Só à noite se levantou para comer, fazer as suas necessidades e brincar um pouco com o dono, para depois voltar para junto da sua paciente, e passar toda a noite com ela!
O despertador ainda podemos desligar, ignorar, fazer de conta que não ouvimos.
Mas os gatos não descansam enquanto não nos levantamos!
Vale tudo para pôr os donos fora da cama, mesmo que ainda seja madrugada, e não esteja ainda na hora de levantar.
Com as nossas gatas, muitas vezes queriam comida, mas já percebemos que não é apenas por isso que nos acordam. Para além de saberem mais ou menos os nossos horários rotineiros, também elas têm o seu próprio relógio. E, quando se levantam, querem companhia. Se puderem pôr todos de pé, melhor. Se não, nem que seja apenas um dos donos, já sossegam e vão à sua vidinha!
Que é como quem diz: comer, fazer as necessidades, e dormir o resto do dia!
É o que as minhas gatas são!
Aquelas miúdas passam a vida a fazer chantagem psicológica connosco, de todas as formas que possam imaginar.
Ultimamente, valem-se dela para pedir comida.
Costumo colocar ração nos comedouros de manhã, e ao final do dia. Se comerem tudo, não ponho mais nada até ao dia seguinte, de manhã.
E o que é que elas fazem?
Quando a fome aperta e não querem esperar mais, a Becas começa a morder a Amora, e a Amora começa a rosnar aflita.
É tiro e queda.
A Becas sabe que não a vamos deixar fazer mal à Amora, e nos levantamos de imediato, acabando por ir lá reabastecer os comedouros, para sossegarem!
Faziam isto, mais regularmente, aos fins de semana, por nos levantarmos mais tarde.
Agora já começaram a fazê-lo durante a semana. E cada vez mais cedo.
Ainda ontem tive que me levantar às 5 da manhã.
Se não tiverem lá comida, não sossegam.
Mas quem as quer ver feliz é quando finalmente está alguém de pé.
Para meu azar, calha-me sempre a mim levantar, para que o meu marido e a minha filha possam dormir!
Aqui no Clube, apesar das dificuldades iniciais, os casos em que existem dois felinos a cohabitar no mesmo espaço, tendo um chegado ao lar mais tarde que o outro, são de sucesso!
E é assim, na maioria das vezes.
Mas, atenção...
É preciso estar ciente de que o contrário também pode acontecer, e que o animal que temos em casa pode, não só não aceitar a nova companhia, como isso essa nova situação ter implicações na sua saúde.
Em algumas campanhas de adopção a que tenho ido, dizem-me sempre, quando mostro relutância em adoptar um novo gato, ou cão "ah e tal, eles acabam por se habituar, eu também tenho cães e gatos, e dão-se bem".
Pode até ser, mas também pode não ser.
Porque não ser honesto e dizer "de uma forma geral e, com tempo e paciência, as coisas costumam correr bem, mas não podemos garantir"?
Porque não dizer "depende muito de animal para animal" ou, no caso dos cães, "não sabemos, porque nunca esteve junto com gatos"?
É que falar é muito fácil e, com tantos animais para adopção, se se puder "despachar" uns quantos, melhor, para dar lugar aos outros que precisam.
Mas quem adopta é que fica com a experiência em mãos, sem saber ao que vai, e como irá correr.
Sim, continuo a achar que, se for possível, devemos adoptar mais do que um gato, ou gatos e cães, porque há exemplos desses, em que ambas as espécies se dão bem.
Mas é preciso estar ciente que as coisas podem não correr bem. Que, por ciúmes, o animal mais antigo pode não aceitar a presença do novo. Que pode mudar o seu comportamento, tornando-se mais agressivo, não só para o novo animal como também para os donos. Que pode, até, entrar em depressão, e ter que andar a tomar medicamentos para diminuir o stress e agitação, ou antidepressivos.
E não é isso, de certeza, o que se deseja para o animal que já temos, nem para o que levámos para casa.
Em alguns casos, temos que aceitar que não vale a pena forçar. Que há animais que preferem viver sozinhos, tal como há aqueles que se sentem melhor com companhia.
Já algum tempo que queria ver o filme "A Bela e a Fera" ou "A Bela e o monstro", mas cá em casa é só gajos e ninguém me quis fazer companhia. Ninguém, excepto um, o Rafael, que apesar de há tantas ter adormecido ficou sempre ao pé de mim...
Vejam só este dormir relaxado...