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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

Até em dia de chuva

Mesmo com mau tempo, eles procuram quem lhes conforte a barriguinha.

Era 8:30h da manhã quando cheguei a casa, depois de deixar o miúdo na escola. Uns de um lado; outros do outro, vinham em minha direção...

Que importante me fazem sentir. Sentir que faço diferença na vida deles. Claro que precisavam de outros cuidados, mas que pelo menos fome, não passam muita!

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Até á noite eles andam em busca de comida

Um dia destes chegamos a casa já de noite. Assim que estacionamos na rua, lá aparece o trio habitual: Alone, Naná e Oreo Ribatejano. Digo ao marido e ao filho que vou buscar comida. Quando chego cá a baixo à porta do prédio, eram aí uns 10 gatos, todos esfomeados. Tive de ir buscar mais comida. Parece que passaram a palavra e avisaram os outros que ali iam servir a ceia! Raramente ando durante a noite na rua, pois,  apesar de estar iluminada, não gosto muito, mas teve de ser.

 

Parecia quando se atira milho aos pombos, só que era atirar ração e paté aos gatos, e eles todos de volta de mim, sem qualquer receio. Há aliás, um novo gato na rua, gordinho, cinzento e branco, com certeza abandonado, muito meigo!

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Hora de ponta no restaurante!

Jantar servido - restaurante cheio!

 

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Passei pela colónia ao almoço, e vi que tinham pouca comida.

Levei num saquinho mais alguma ração para, quando saísse do trabalho à tarde, deixar lá para petiscarem à noite.

É costume estarem lá dois ou três a essa hora, e assim evitava que tivesse de ir a casa buscar comida para lá pôr.

Por norma, eles comem mais à noite, embora de dia a comida também desapareça.

 

 

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E assim fiz. 

Mas, quando parei lá ao final da tarde, estavam mais gatos que o habitual, e percebi que a comida que tinha comigo não chegaria para todos. 

Tive que ir a casa buscar mais alguma ração.

Quando voltei, as caixas estavam vazias. Pus mais um pedacinho em cada uma (até levei outra caixa para ficar mais distribuído).

Os gatos que já tinham comido e já estavam a ir embora, voltaram para trás. 

Todos queriam comer. Estavam com tanta fome que nem se fizeram esquisitos por a ração ser de outra marca. Nem sequer se incomodaram com o facto de eu estar ali abaixada, quase colada a eles.

Comiam, olhavam para mim, e voltavam a comer.

Pareceu-me que, mesmo assim, deveria ter levado mais ração.

Mas não é mesmo costume apanhar tantos juntos de uma só vez!

 

 

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E, para além destes que estavam a tentar chegar às caixas, ainda estavam outros à espera de vez, mais afastados.

Esta é a maior gratificação que se pode ter, pelo facto de ajudar estes animais - saber que, pelo menos na naquela noite, ou naquele dia, naquela semana, naquele tempo, impedimos que morressem de fome e sede. 

E de outros perigos. Porque se não têm comida ali, têm que a ir procurar noutro lado. 

Alguns já saem daquele recinto, já atravessam a estrada, já se aventuram para mais longe. E ainda ontem, num outro local, vimos um gato morto na estrada.

O regresso do Alone

O gatinho da minha rua sobre o qual aqui muito tenho escrito, esteve dois dias sem aparecer. Achei muito estranho, porque sabe os meus horários e sempre andou por aqui e de volta da porta do prédio. Se calhar foi namorar, pois ele é macho e estamos em janeiro. Mas hoje voltou...

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E na falta de patê, até comeu ração. devia de estar com muita fome!

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Quando chove, onde se abrigam os gatos da rua?

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Hoje tem estado vento desde manhã, e os gatinhos que costumo alimentar nem tocaram na comida que lhes deixei, até à hora do almoço. Quando passei lá novamente, uma das caixas com ração tinha desaparecido. Não sei se voou, ou se alguém a levou. A outra ainda lá estava, quase cheia.

 

A Boneca e a Chica apareceram no meu quintal ao almoço, mas não sei se conseguiram comer porque o vento fazia a ração voar, e o pelo delas levantava todo, tornando a missão desagradável.

 

Agora está a chover, e a ração que os gatinhos tinham ficou encharcada e imprópria para consumo, o que vai implicar passar mais umas horas de fome.

E o que acontece a todos os gatos abandonados que andam por aí nas ruas, quando chove? Onde se abrigam? Como podem procurar comida, ou ter a sorte de alguém os alimentar, quando está mau tempo, e nem os humanos saem à rua?

 

O inverno está a chegar, e com ele os dias frios, chuvosos e ventosos. E os gatos da rua não têm propriamente um abrigo para onde possam hibernar, proteger-se e ter provisões para estes meses que serão mais difíceis.

 

Animais nas ruas: para reflectir...

 

A vida de um gato, nas ruas, pode ser emocionante, divertida...

Podem brincar ao ar livre, descobrir novos esconderijos e tocas, ir onde quiserem sem ninguém atrás deles...

 

Mas...

 

É uma vida dura, em que estão dependentes daquilo que caçarem para comer, ou da boa vontade das pessoas que lhes dêem comida para não passarem fome, e água para não morrerem de sede...

É uma vida dura, em que estão sujeitos aos perigos das ruas, de outros animais que lutam, como eles, pela sobrevivência ou, simplesmente, atacam por atacar, às maldades do ser humano que abomina animais e acham que eles deviam morrer...

É uma vida dura, em que podem não ter onde se abrigar do frio, da chuva, da trovoada...Em que não têm a quem recorrer quando sentem medo...Em que podem ficar doentes e não ter ninguém que os trate, que os leve ao veterinário, que cuide deles...

 

Enquanto os nossos gatos estão "presos" num lar com tudo aquilo que precisam, outros estão "livres" para o bem e para o mal...

 

Se os gatos que vivem na rua falassem e pudessem escolher o seu destino, o que diriam eles?

Este do vídeo, sabemos bem o que deve estar a sentir, mesmo sem nada dizer...