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Quando descobrimos que temos uma gata-vampira em casa!
Todos os dias a cena se repete.
Sempre que a Becas quer comer, e a minha filha está em casa, sobretudo de manhã, o filme é este:
Becas (roçando-se nas pernas da dona júnior): Anda comigo, Inês.
Inês: Agora não posso, Becas. A dona tem que comer.
Becas: Eu também quero comer. Podemos ir as duas.
Inês: Vai pedir à outra dona.
Becas: Mas eu quero que tu vás comigo.
E lá se esfrega nas pernas da dona júnior a ver se tem sorte.
Inês: Tens medo de ir sozinha?
Becas: Não, mas gosto mais de ter companhia.
Inês: Então, vai com a Amora, e fazem companhia uma à outra.
Becas: Chata. Não quero ir com aquela outra.
Quando vê que a dona júnior se está a encaminhar para a cozinha, vem a Becas logo à frente, mas sempre a parar e a olhar para trás.
Becas: Anda, Inês. O caminho é por aqui.
Inês: Não posso Becas, já estou atrasada.
Becas: Então acorda mais cedo!
A minha filha despacha o pequeno almoço e, enquanto anda ali entre o quarto e a casa de banho:
Becas: Já podes vir comigo?
Inês: A dona está a despachar-se.
Becas: Mas não demora muito.
Inês: Ai Becas, és tão chatinha!
E pega nela ao colo.
Becas (esperneando para que a ponham no chão): Eu não quero colo, quero comer.
De volta ao chão, tenta um novo método.
Becas: Sabes que eu sou muito tua amiga.
Inês: Eu também, Bequinhas, mas agora não pode ser. Vou lavar os dentes.
E lá fica a Becas à porta, muito paciente, a fazer-lhe companhia. Quando a minha filha sai, recorre à chantagem:
Becas: Já podes vir comigo? Eu estive aqui ao pé de ti, agora é a tua vez.
Mas não resulta.
E, numa derradeira tentativa...
Becas: Vens comigo, Inês?
Inês: A dona agora não tem tempo.
Becas: Se não vens comigo vou-te morder a perna!
Inês: Isso não, Becas.
Becas: Tens uma perninha jeitosa para levar uma dentada.
E lá vai ela atrás da perna da dona júnior, e esta a fugir pela casa fora, para não ser "atacada"!
Que a Amora rosnava para a Becas, já nós sabíamos.
Que, eventualmente, rosnasse quando ouve barulhos estranhos à nossa porta, tal como um cão de guarda, também já tínhamos presenciado.
Mas que rosnasse directamente às pessoas que entram dentro da nossa casa, foi a primeira vez.
E quem foi a feliz contemplada? A avó humana!
É muito raro a minha mãe sair de casa, e ainda mais raro ir lá a casa, já que a dela fica em caminho e, por norma, somos sempre nós que lá vamos.
Mas, neste Natal, convidámos os meus pais para ir lá a casa lanchar.
A Amora conhece bem o meu pai, das vezes que ele lá vai a casa. Sempre que o vê, dá-lhe turras, deita-se para ele lhe dar festas. Mas não conhece a minha mãe. Se a viu uma vez ou duas, foi muito, e quando era mais nova.
Então, quando a minha mãe lhe foi falar, estava ela na cama da dona júnior, começou a rosnar para ela.
E fez o mesmo agora no dia de ano novo. Assim que se aproximou da minha mãe, começou a rosnar.
Portanto, ficamos na dúvida se temos uma gata que rosna como um cão, ou uma cadelinha que aje como gata!
Estão a ver o anzol, quando espeta no peixe, o prende e arrasta consigo?
Uma garra de gata não é muito diferente.
A Amora adora brincar na sua caixa de cartão. A ideia é ela estar dentro da caixa, nós pormos, do lado de fora, a mão na janela que ela fez para o efeito, e ela tentar apanhar-nos a mão. Claro que, da nossa parte, o objectivo é tentar não ser apanhados.
Ora, nesta brincadeira, e porque quando ela está para aí virada tudo serve para apanhar, caçou-me a pantufa enquanto eu passava pela caixa. E nesta situação, foi fácil: descalcei a pantufa.
Mas, no outro dia, apanhou-me o dedo.
Tal como um anzol a furar a carne do peixe, a garra dela furou o dedo e queria levá-lo com ele. E eu, não querendo ficar sem dedo, puxei-o.
Resultado: se um furo de garra de gata já dói, imaginem um rasgão ao longo do dedo!
E pronto. Agora ando com um penso no dedo, a tentar não ficar sem mais nenhum, enquanto a Amora continua a pedir brincadeira!
06.40 da manhã
Hora marcada para nos levantarmos, e ouvir a ET lá fora à porta, a miar. Quer casa. Quer mimos. Quer comida.
Ultimamente, descobriu uma nova espécie de cama e abrigo ali à porta: o fogareiro.
Em dias em que não esteja vento, ou que não esteja do lado do norte, como temos um telheiro pequeno à entrada, não chega ali a chuva.
E como tem uns cartões lá em cima, deve ser confortável para ela.
Ainda hoje de manhã, com chuva forte e o tempo ainda escuro, lá estava ela deitada. E por ali ficou, até eu sair, e lhe colocar comida no prato.
Entre as pernas do fogareiro tenho uma caixa de cartão no chão, onde costumo colocar o prato da ração, para abrigar do vento e não voar, mas a chuva acabou por molhar a comida, e teve que ir para o lixo.
Vim trabalhar, e ela ficou a comer no degrau onde, espero, a chuva não chegue.