Pardinho Escuro, volta! Fazes muita falta!
Isto de estar ligada a este grupo de gatos de rua, da colónia, é algo a que me dedico com todo o empenho.
Costumo dizer que é o meu segundo trabalho, que não sou paga em dinheiro, mas em estima, em afectos.
Um dia, gostaria de conseguir abrigos para os gatos, que pudessem ficar abertos, para serem eles a decidir que lá queriam dormir ou não, porque sendo silvestres e assilvestrados, não seriam, a maior parte deles, felizes, fechados em jaulas e habituados a apartamentos. Gostaria de poder salvar mais vidas, dar-lhes melhores condições. De os poder levar ao veterinário, sempre que precisassem. Podia me dedicar a esta causa a tempo inteiro! Mas faltam-me recursos. E há outra coisa: é-me difícil lidar com as perdas, com a frustração de não os conseguir ajudar a todos, com as doenças, com os maus tratos, com a falta de empatia das pessoas pelos animais! Animais estes, que no caso dos cães, salvam a vida dos humanos que os mal tratam e que não os estimam e respeitam!
Há um gato da colónia que a última vez que estive com ele foi no dia 7. Esteve constipado, mas depois de uns dias a tomar maxilase, tinha melhorado. Um bichano tão doce e querido, gostava de dar turrinhas de receber festinhas. Era meigo e manso. Tinha uns olhos verdes expressivos, lindos. Era muito grato. Corria ao meu encontro quando eu chegava!
Não sei dele. Nunca mais apareceu! Estou tão triste!
O que terá acontecido!? À medida que o tempo vai passado, vou perdendo a esperança, ele estava todos, mas todos os dias, pela colónia, à minha porta!
Pardinho Escuro, volta! Fazes muita falta!