Este é o Indy, um dos membros mais antigos do Clube de Gatos do Sapo.
A Ana, dona do Indy e da Maria, partilhou connosco, no blogue, e com o público, através do livro do Clube, a história dele:
"... trouxeram para casa uma bolinha de pelo alaranjada, o Indiana Jones, mais conhecido como Indy.
Este gatinho estava com a mãe e os irmãos em cima de um muro no terreno da mesma associação onde tinha nascido a Maria, quando veio uma senhora que pegou nele e o levou. Passado uns minutos essa mesma senhora entregou o gatinho a um homem e disse "Desculpe lá. Enganei-me. Não era este que queria trazer" mas o que ela não sabia é que não se tinha enganado, tinha acertado em cheio.
Passaram-se uns dias e a nova amiga do gatinho começou a notar que este tinha um comportamento muito estranho. Primeiro começou a correr insistentemente atrás da própria cauda e mais tarde começou a tremer enquanto perdia a consciência.
O gatinho foi levado ao veterinário que disse achar muito estranho aquilo ser epilepsia por esta ser uma patologia muito rara nos felinos e que quando se manifesta nunca é no primeiro mês, só a partir dos dois anos. Em todo o caso medicou o gatinho que foi levado outra vez pelo pai da dona do gato para ficar em observação.
Passados uns dias quando a medicação estabilizou as crises, o pai telefonou à filha a perguntar se queria o gato de volta ou se ficava ele com o gato. A filha obviamente que queria a sua bola de pelo laranja de volta e a Maria também.
O gato voltou a casa no dia dos anos da dona, e a Maria quando deu que o seu novo amigo estava de volta agarrou-se a ele a lamber como se não houvesse amanhã. E assim começou um novo grande amor.
As crises continuaram mas de uma forma mais controlada, menos regular, o gato foi levado a um hospital veterinário para exames mais completos e lá se confirmou a epilepsia. Não havia nada a fazer. Tinha que tomar medicamentos diariamente e disseram que em 6 anos iria morrer por causa da medicação destruir o fígado.
Obviamente que houve quem dissesse que o melhor seria "adormecer" o gato mas a verdade era que o Indy era apenas um gato normal com uma patologia crónica.
E não, o Indy não morreu passados 6 anos..."
Partiu no início desta semana, com 17 anos.
Um momento triste para os seus donos, e para a sua companheira Maria mas, ao mesmo tempo, uma prova de que há que haver esperança, que lutar por estes animais que têm problemas de saúde mas, bem acompanhados, podem fazer uma vida normal e longa.
O Indy foi um lutador, um sobrevivente, uma espécie de milagre num mundo descrente.
A sua partida, algo conturbada, não foi livre de dor e sofrimento, mas o Indy pode agora descansar em paz.
E é em paz que se sente a Ana, por saber que tudo fez para dar uma vida feliz e digna ao seu laranjinha, e que, de muitas formas, fez a diferença na vida dele!