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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Ser gato de rua

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Diz um ditado humano que "a relva é sempre mais verde no quintal da vizinha".

Quantos da nossa espécie, que vivem a sua vida rodeados de conforto, protecção e segurança, não desejariam um pouco da nossa liberdade? 

E quantos de nós, que vivemos na rua, não desejaríamos ter a vida deles.

Mas, será que trocaríamos tudo o que temos (e o que não temos), para mudar para o outro lado? Aquele que nos parece mais apetecível, desejável, tentador? 

Ou quereríamos, passado um tempo e, às primeiras dificuldades, voltar à vida antiga?

 

É mais fácil um gato de rua habituar-se a uma casa, que o contrário. Mas nem sempre corre bem.

Nem sempre estamos dispostos a deixar as ruas, onde vivemos durante anos, e a perder muito daquilo que conquistámos.

Ainda que não seja fácil viver nas ruas.

É preciso sorte. 

Esta noite, dormi neste cartão, deixado aqui neste terreno, ao pé de um mal cheiroso contentor do lixo. Claro que uma caminha quentinha era muito melhor. Mas tive sorte, porque foi esse cartão que me protegeu do frio que se fez sentir até de manhã.

É preciso sorte com os humanos que vivem onde nós andamos.

Há os que nos querem ver pelas costas. Os que correm atrás de nós para nos expulsar. Os que nos agridem. Os que deixam comida envenenada para nos matar.

Mas também há os que nos tratam bem, dão-nos alguns mimos e até nos oferecem uma refeição.

Nunca sabemos quando vamos encontrar alimento, ou quantos dias vamos ter fome mas, se tivermos sorte, há sempre quem nos deixe qualquer coisita para comer.

E não nos julguem mal agradecidos, ou esquisitos, se nem sempre devorarmos aquilo que nos deixam para comer.

É que, apesar de tudo, e da vossa boa vontade, há coisas que ninguém sequer se atreveria a provar. E não é por sermos gatos que já podemos comer tudo. Há coisas que nos fazem mal, que nos deixam doentes. Mas, ainda assim, agradecemos.

 

É preciso ter sorte, com os locais que escolhemos para ficar.

É preciso não arranjar guerras com outros gatos, sobreviver aos cães que parecem querer devorar-nos, fugir dos carros que passam e fingem não nos ver, ou não nos vêem mesmo, e nos podem matar em segundos.

É preciso ter sorte de encontrar um abrigo, nem que seja só por aquele dia, ou aquela noite.

 

Mas como poderíamos deixar de agradecer a nossa liberdade?

Como poderíamos não ser gratos pelos imensos banhos de sol que apanhamos, apesar dos muitos dias de frio e chuva?

Como poderíamos não ser gratos pelo céu estrelado à noite, apesar das muitas noites em que as nuvens as tornam escuras e assustadoras?

Como poderíamos não ser gratos por fazer aquilo que nos apetece, sem estar presos, sem andar constantemente a caminho dos monstros de branco, que só querem o nosso bem mas que nós gostamos é de ver longe de nós?!

Como poderíamos não ser gratos pelos amigos e companheiros que vamos fazendo por aí?

Como poderíamos não ser gratos por todos os sítios que descobrimos? Pelos insectos, lagartixas ou ratos que perseguimos? 

E como poderíamos ajudar aqueles que se atrevem a aventurar-se na rua, nem que seja por umas horas, se não estivessemos, também nós, já habituados a esta vida?

 

Se estamos mais expostos aos perigos? Talvez.

Mas quantos gatos não correm mais perigos nas mãos dos humanos que os adoptaram?

 

Acho que o que todos nós queríamos, no fundo, era ter o melhor dos dois mundos.

Como nem sempre é possível, esperamos que a sorte nos leve onde conseguirmos ser felizes, com aquilo que nos for dado, e permitido.

 

 

A nova miúda do bairro!

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É esta princesinha tigrada, que já se ambientou perfeitamente, e já se integrou com os humanos e felinos do bairro!

 

 

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Todos os dias, vem aqui petiscar, seja sozinha, seja acompanhada por um dos clientes mais antigos.

 

 

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Só quer é festinhas, mimos e atenção! Acompanha-nos até parte do caminho, enfia-se por entre as nossas pernas, e temos que ter muito cuidado para não tropeçar e cair ao chão, porque nos prega rasteiras sem contarmos.

 

 

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Parece que o Branquinho também gostou da menina, e até já rebolam juntos ao sol, dão beijinhos, e têm os mesmos vícios: entrar à surrapa dentro da nossa casa, sem esperarmos!

 

Por detrás de alguns comportamentos dos gatos...

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... pode estar uma influência humana, seja ela directa ou indirecta, de forma intencional, ou involuntária.

 

Por vezes, criticamos, ficamos aborrecidos, estranhamos ou tememos alguns comportamentos dos gatos, não só dos nossos, como daqueles que encontramos na rua.

Mas, se pensarmos bem, alguns desses comportamentos, para além de uma diversidade de explicações possíveis, podem também ter origem no nosso próprio comportamento.

 

 

Por exemplo:

Fazer as necessidades fora da caixa - uma das razões para que isso aconteça pode ser o facto de não terem a caixa limpa, de ter havido mudança de areia, de não gostarem do odor dos produtos de limpeza, ou stress provocado por alguma alteração feita pelos donos, ou situação causada por estes - mudanças de rotina, de disposição da casa, pessoas estranhas em casa.

 

O gato arranhar/ morder - cada gato tem a sua personalidade, e nem todos gostam da mesma forma de afecto. Mas, muitos gatos, acabam por se tornar ainda mais agressivos, se os donos ou pessoas que com eles lidam, não souberem respeitar a sua vontade, e insistirem em pegar neles, brincar, fazer festas, quando o gato já mostrou claramente que não o quer

 

O gato esconder-se - mais uma vez, é preciso respeitar e, se andarmos sempre de volta deles, mais se vão esconder. No entanto, se deixarmos eles terem o seu tempo e espaço, e tomar a iniciativa, pode acontecer serem eles a vir, espontaneamente, ter com os donos, e deixarem-se conquistar

 

O gato marcar território em casa/ agressividade com outros gatos - uma das principais razões para o gato o fazer é o facto de não ser castrado, algo que está nas mãos dos donos fazer

 

O gato arranhar móveis/ sofás - eles gostam de afiar as garras, demarcar o território, chamar a atenção dos donos e até mesmo alongar e relaxar os músculos e tendões. Uma forma de minimizar os estragos será proporcionar arranhadores para o efeito

 

Desconfiança em relação aos humanos - muitos gatos tornam-se desconfiados, em relação às pessoas, porque já terão sofrido às mãos de algum humano, tornando-os cautelosos

 

Acidentes nas estradas/ ruas - por vezes, quando vemos um gato no meio da rua, temos tendência a aproximarmo-nos dele, para o tentar ajudar mas, ao fazê-lo, ele pode assustar-se e fugir para a frente dos carros, sendo atropelados

 

Chamar a atenção/ chantagem emocional - muitas das formas que eles utilizam para o fazer devem-se ao facto de, quando utilizadas as primeiras vezes, terem sido correspondidas pelos humanos

 

Conhecem outros comportamentos felinos que possam ter influência humana?

Como uma simples mudança nossa altera toda a rotina de um gato

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Os gatos são animais de rotinas, como sabemos,

E estabelecem a sua própria rotina, muitas vezes, em função da nossa.

Assim, basta uma pequena mudança na nossa rotina, para que a deles se descontrole e altere o seu comportamento.

 

Reparei nisso no outro dia, com uma coisa tão simples, como nos deitarmos mais tarde.

As nossas gatas estão habituadas a comer pouco à noite, e a deitar-se quando também nós nos deitamos, cerca das 22/ 22.30h.

Naquela noite, deitámo-nos mais tarde. Como não é costume estarem "de pé" àquelas horas, acabaram por ter fome, e tivemos que colocar ração extra. Depois, como se já tivessem passado da "fase do sono", andavam excitadas. E demoraram a acalmar quando, finalmente, nos deitámos.

 

E por aí, já notaram alguma mudança no comportamento dos vossos gatos e nas suas rotinas diárias, com base em alterações à vossa rotina?

 

Quanto tempo aguentamos ficar zangados com os nossos gatos?!

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Será verdade que, entre os humanos e os animais, são estes últimos que têm uma maior capacidade de nos fazer esquecer os disparates que fazem, e perdoar no mais curto espaço de tempo?

Será pelos "olhinhos", que fazem como ninguém mais?

Será aquele ar de inocência que colocam quando ralhamos com eles?

Ou aquela expressão triste com que ficam, uma espécie de "chantagem emocional" a que somos incapazes de resistir, e nos leva a ceder?

 

Por aí, quanto tempo conseguem aguentar zangados com os vossos gatos, quando eles vos tiram do sério com as suas traquinices?