Quando devemos vacinar os nossos gatos?
Tabela de vacinação
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Tenho notado que o Riscas na zona da cova dos braços, se assim lhe podermos chamar, tem a pele descaída. Andei a procurar na net alguma coisa parecida, mas não encontrei. Será que é de ele já ter mais de seis anos!? Alguém sabe?
E se, de repente, eu levasse para casa o Branquinho, o gato do vizinho? E a Kikas, a gata da vizinha? E porque não a Chica, que é de todos e não é de ninguém. Ah, e já agora, a Stephanie, da vizinha dos meus pais.
E, claro, não poderia deixar de fora o Pompom, a Oreo, a Bela, a Rapunzel, o Panterinha, a Charlotte, a Margarida e a Minnie, o D. Juan e os mais recentes residentes da colónia.
De caminho, pegava na gata que vi no outro dia na minha rua e os seus dois filhotes.
E se, entetanto, visse outros gatinhos a precisar de ajuda e abandonados, levava-os para casa também.
Juntava todos eles lá em casa, com as já residentes Becas e Amora.
Neste momento, ficaria com...cerca de 22 gatos, para começar!
Podia até ter a melhor das intenções para com os felinos, mas acabaria por os prejudicar mais do que ajudar. Porquê? Porque uma habitação não é local para manter tantos animais fechados.
Não existiriam condições adequadas de higiene, não poderia dar a atenção devida a cada um deles, não haveria dinheiro para vacinas e esterilizações para todos, bem como para cuidados veterinários,o que implicaria possíveis contágios e, em último caso, morte para um ou mais deles.
Ainda que tivesse um tecto para se abrigar e, possivelmente, alimentação, faltaria tudo o resto.
E eu, deixaria de ser uma protectora, para me tornar uma espécie de acumuladora de animais!
Acumuladores de animais não são, necessariamente, pessoas más, mas sim doentes. Sofrem de uma condição psiquiátrica clínica denominada Transtorno de Acumulação de Animais.
Por norma, os acumuladores resgatam e acolhem animais, na maioria cães e gatos abandonados, com a intenção de protegê-los e ajudá-los. Por vezes, podem até passar fome para tentar alimentar os bichos. O problema é que não percebem a realidade e não têm limites, assumindo mais resgates do que teriam condições, e são incapazes de perceber que aquela situação é insustentável.
Vivem em constante negação da realidade, e sentem até medo de os doar, ficando com todos para si, por acreditarem que são os únicos que os conseguem salvar e proteger.
Como se identifica um possível acumulador?
Pela quantidade de animais ao seu cuidado, em proporção ao espaço existente para os ter. Ou seja, este número de gatos que acima mencionei, na minha casa, que é pequena e ficaria sobrelotada, poderia ser um indicador de acumulação. No entanto, se tivesse esses mesmos animais num espaço muito maior, onde não houvesse sobrelotação, e com mais condições, já não seria o caso.
Nem sempre são pessoas idosas, e nem sempre são pessoas sós, embora esses dois factores possam influenciar, devido à degeneração da mente e ao isolamento social, procurando afeto e ligação nos animais.
Acumuladores de animais podem, muitas vezes, tê-los em jaulas, gaiolas ou caixas de transporte, ou acorrentados.
Costumam ter os animais em espaços cujo chão se encontra coberto por urina e fezes, e até corpos de animais mortos já em decomposição.
O que fazer no caso de suspeita?
Tentar conversar com os acumuladores
Tentar oferecer ajuda, seja para adopção dos animais ou angariação de alimentação e outros bens
Denunciar às autoridades
Contactar associações ou entidades que possam ajudar a lidar com a situação e retirar os animais do perigo
Já aqui falámos sobre esterilização/ castração, nomeadamente, idade aconselhável e benefícios que trazem, relativamente a outros métodos.
No entanto, a questão que coloco hoje, após ter tomado conhecimento da morte de um gatinho bebé por complicações relacionadas com a esterilização em idade precoce e falta de cuidados, está relacionada com o tipo de procedimento adoptado pelos médicos veterinários/ clínicas, no que respeita, não só à própria esterilização/ castração dos gatos, como aos cuidados pré e pós cirurgia.
Sabemos que esterilizar/castrar gatos de rua, pertencentes a colónias, exigem (ou assim o dizem os entendidos) uma forma de actuar mais rápida, uma vez que são, na sua maioria, gatos silvestres, que não gostam de contacto com os humanos para além do necessário. Daí que o programa CED - Captura Esterilização Devolução, implique uma actuação mais acelerada, garantindo que os gatos são esterilizados, e ficam minimamente bem num curto período de tempo, devolvendo-os à colónia sem grandes riscos para a saúde, tendo em conta o ambiente em que vivem. A partir daí, vão sendo vigiados nas visitas à colónia.
Em contrapartida, um gato de casa terá mais tempo para recuperar dessa cirurgia, um ambiente mais favorável à cicatrização, e um acompanhamento por parte dos donos e médicos mais prolongado.
Por norma, as esterilizações através das associações, tanto de gatos para adopção como os de rua, são feitas com base num método diferente (pelo flanco) daquelas que são feitas nos hospitais/ clínicas aos gatos com dono (linha média), cada um com as suas vantagens e desvantagens (ver estudo aqui).
De acordo com a duração total de ambos os procedimentos, a aproximação pelo flanco foi significativamente mais rápida (p= 0,012).
Relativamente ao tamanho final médio da incisão, no flanco foi significativamente mais curto (p= 0,001).
A grande desvantagem da aproximação pelo flanco foi a fraca visibilidade do interior da cavidade abdominal, com consequente aumento das complicações intra-operatórias, tendo sido registado um caso de hemorragia por perda de um pedículo ovárico. Para além disso, a incidência de complicações pós-operatórias foi mais elevada nesta abordagem, onde se detectaram 4 casos. Na linha média houve registo de apenas uma gata com complicação pós-operatória.
Tendo em conta que é apenas um estudo, ainda assim parece indicar-nos que o segundo método acaba por ser uma melhor escolha, embora com o primeiro também possa correr tudo bem.
Será, então, com base na rapidez de todo o processo que está a base para essa escolha? Ou o factor monetário também terá influencia?
Parece-me que a ovariohisterectomia através da linha média acaba por ser um pouco mais dispendiosa. Se os gatos têm um dono que quer o melhor para eles, pode optar pelo mesmo, pagando o que for preciso.
Por outro lado, os gatos de rua são gatos de ninguém. Os gatos de estão nas associações (estas próprias vivendo de ajudas) são gatos ainda de ninguém. As clínicas/ veterinários, dada a parceria com a associação, cobram um valor muito mais barato pela cirurgia, pelo que é provável que, na hora de operar, optem pelo método mais barato também.
E a idade?
Qual a idade certa para submeter o gato a este tipo de cirurgia?
Há quem aconselhe aos seis meses, há quem o faça antes, há quem diga que deve ser feita antes do primeiro cio (que por vezes ocorre aos 4 meses). E se, em gatos caseiros, o perigo não é grande, em termos de ninhadas surpresa, o mesmo não se pode dizer de gatos de rua, que não conseguimos controlar. Neste caso, ainda será preciso fazê-lo mais cedo, porque um erro de dias pode resultar num aumento da população felina.
E quanto aos cuidados pré e pós cirurgia? Que cuidados tem um médico veterinário para com os vários gatos que as associações levam para esterilizar, tendo em conta que o processo tem que ser rápido?
Pela minha experiência, no que respeita às nossas gatas, o veterinário fez análises e exame geral para verificar se elas estavam bem e saudáveis, caso contrário, não poderiam seguir para cirurgia. Após a cirurgia, foram acompanhadas durante cerca de uma semana e meia/ duas semanas, para ver como evoluía a cicatrização,e se não havia complicações. Foi aconselhada aplicação de pomada, foi trocado o penso, limpa a cicatriz.
Serão também estes cuidados aplicados aos restantes animais sem dono? Ou a urgência na devolução ao habitat natural impede os mesmos?
Terão afinal,os animais, neste caso os gatos, direitos iguais, independementemente da sua condição, ou existe diferenciação na forma como são feitas as cirurgias, e no tratamento que lhes é aplicado, com clara desvantagem para os gatos de rua, comparativamente com os de casa?
os meus ainda conseguem, ser mais novos que eu e vos vossos?!