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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

Qual será, afinal, o objectivo das associações?

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Pergunto-me eu, que motivos levarão determinadas pessoas a formar uma associação de protecção animal?

E mais, se estarão cientes do que isso implica? Do tempo que é preciso dispender, das despesas que uma associação acarreta? 

De que aquilo que se propõem fazer é, no fundo, trabalho voluntário em prol do bem estar dos animais, tentar ajudar os que mais precisam, muitas vezes salvando vidas, tentar encontrar famílias que os acolham, seja de forma temporária ou definitiva, lutar contra o abandono, sobrepopulação e maus tratos, dentro das suas possibilidades?

 

Pergunto-me se, quando decidem seguir em frente com esse projecto, sabem que não podem estar, exclusivamente, dependentes da ajuda e boa vontade de terceiros, e que todas as acções que levarem a cabo serão, em última análise, da sua inteira responsabilidade?

 

 

É certo que muitas associações, felizmente, podem contar com diversos apoios, quer de entidades locais, quer de particulares apoiantes da causa, e isso vai ajudando a seguir em frente com a missão.

Mas ninguém obrigou estas pessoas a meterem-se nisso. Ninguém as obrigou a ir para as ruas salvar animais, e gastar rios de dinheiro em clínicas veterinárias! Ninguém se comprometeu com elas, e falhou. 

E, por vezes, pedem-nos responsabilidades e "obrigações" que, sendo um bocadinho de todos nós enquanto membros da comunidade/cidadãos, não nos podem ser incutidas da forma como o querem fazer.

 

É isto que me irrita!

Então eu agora ando a alimentar gatinhos de uma colónia, para além dos gatos da minha rua (e até os que têm dono). Todas as semanas compro comida para lhes dar, porque quero, porque assumi esse compromisso e responsabilidade. 

Se pensar em avançar com a esterilização de algum, sei que tenho que ser eu a desenbolsar esse dinheiro. Mesmo que contacte uma associação, é algo que não lhes posso exigir que paguem por mim. Pelo que só o farei se conseguir pagar. 

E, se por acaso, depois de tudo isto, até aparecerem adoptantes para os bichanos, eu vou mandar-lhes à cara que, em virtude de ter gasto não sei quanto dinheiro em ração e água, em esterilizações e/ou vacinações e outras despesas, o mínimo que podem fazer (assim mesmo, com arrogância) é contribuirem financeiramente para pagar tudo o que gastei com o animal que agora levam, para que eu possa ajudar outros animais?

 

Mas eu fiz isto porque quis, ou à espera de recompensa?

 

Por vezes, as pessoas até podem ter toda a razão do mundo mas, a forma que utilizam para justificar os seus pontos de vista, e a forma como dizem as coisas, fá-las perder essa razão. E a credibilidade. E a ajuda que precisavam. 

 

A questão é: as associações, na sua missão de fazer o melhor pelos animais, sem quaisquer outras ajudas de quem de direito, estão dependentes de si mesmas, e das pessoas que vão contribuindo, quer financeiramente, quer através de bens, acolhimento temporário, voluntariado nas instalações ou em campanhas, etc.

É normal que, quem se dirige a uma destas associações e até decide adoptar um animal, tenha consciência, apoie e comprove o trabalho que as mesmas desenvolvem, e por tudo isso queira contribuir, fazendo-se sócio ou dando outro tipo de ajuda, como atrás referi.

Mas daí a sentir-se na obrigação de, só pelo simples facto de que a associação teve uma imensa despesa em cuidar, tratar e alimentar aquele animal, algo que fez por sua livre vontade, isso não!

O facto de se adoptar um animal já significa que, tudo o que a associação gastava com ele, poderá ir para outro que precise. Já deveria ser gratificação suficiente. Mas, ainda assim, poderiam sempre sugerir o eventual apoio, pedir sem exigir.

Só lhes fica mal.

A chegada de um novo membro à família

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Aqui no Clube, apesar das dificuldades iniciais, os casos em que existem dois felinos a cohabitar no mesmo espaço, tendo um chegado ao lar mais tarde que o outro, são de sucesso!

E é assim, na maioria das vezes.

Mas, atenção...

É preciso estar ciente de que o contrário também pode acontecer, e que o animal que temos em casa pode, não só não aceitar a nova companhia, como isso essa nova situação ter implicações na sua saúde.

 

Em algumas campanhas de adopção a que tenho ido, dizem-me sempre, quando mostro relutância em adoptar um novo gato, ou cão "ah e tal, eles acabam por se habituar, eu também tenho cães e gatos, e dão-se bem".

Pode até ser, mas também pode não ser. 

Porque não ser honesto e dizer "de uma forma geral e, com tempo e paciência, as coisas costumam correr bem, mas não podemos garantir"?

Porque não dizer "depende muito de animal para animal" ou, no caso dos cães,  "não sabemos, porque nunca esteve junto com gatos"?   

É que falar é muito fácil e, com tantos animais para adopção, se se puder "despachar" uns quantos, melhor, para dar lugar aos outros que precisam.

Mas quem adopta é que fica com a experiência em mãos, sem saber ao que vai, e como irá correr.

 

Sim, continuo a achar que, se for possível, devemos adoptar mais do que um gato, ou gatos e cães, porque há exemplos desses, em que ambas as espécies se dão bem.

Mas é preciso estar ciente que as coisas podem não correr bem. Que, por ciúmes, o animal mais antigo pode não aceitar a presença do novo. Que pode mudar o seu comportamento, tornando-se mais agressivo, não só para o novo animal como também para os donos. Que pode, até, entrar em depressão, e ter que andar a tomar medicamentos para diminuir o stress e agitação, ou antidepressivos.

 

E não é isso, de certeza, o que se deseja para o animal que já temos, nem para o que levámos para casa. 

Em alguns casos, temos que aceitar que não vale a pena forçar. Que há animais que preferem viver sozinhos, tal como há aqueles que se sentem melhor com companhia.