Para quando uma linha de emergência para animais?
Quando uma pessoa se sente mal e precisa de uma ambulância ou cuidados médicos, em casos de acidente, e outros, ligamos para o 112.
E, quando um animal sofre um acidente, para quem ligamos? Quando nos deparamos com um animal ferido, a quem recorremos? Quem é a entidade responsável?
No passado fim de semana, o meu marido encontrou um gato atropelado na estrada. Juntamemente com outros condutores, que pararam os carros, conseguiram tirá-lo da estrada, para a berma, ainda com vida.
"E agora, o que fazemos?" - perguntaram eles.
O que se faz numa situação dessas?
São as pessoas que, por sua conta e responsabilidade, têm o dever de levar o animal ao hospital ou clínica veterinária mais próxima? E como saber onde esses serviços existem, num local em que estão de passagem, e que não conhecem?
Se assim não for, a quem ligar? Às associações?
E naquele momento, saberemos nós que associação actua na zona? E os contactos? E mesmo que os tenhamos, haverá voluntários que se disponibilizem a ir até ao local, a qualquer hora do dia ou da noite?
Já para não falar das enormes despesas que estas já têm acumuladas de todos os animais que tratam.
Aqui na nossa zona, como já aconteceu, nenhuma entidade se responsabiliza. Ou pagamos nós, os que encontram, e depois logo se vê se tem dono, se não tem, e se reavemos o valor das despesas ou não. A protecção civil só recolhe cadáveres.
É complicado porque, neste meio tempo em que não se sabe bem a quem recorrer ou que decisão ou atitude tomar, pode estar a diferença entre a vida e a morte de um animal.
O gato que o meu marido encontrou, estava em sofrimento. Acabou por morrer ali mesmo, pouco tempo depois.
Talvez não houvesse mesmo nada a fazer. Ou talvez pudesse ter sido feito. Se não por este, por outros, se houvesse uma linha que pudessemos ligar, e alguém habilitado que pudesse ir até ao local, e encaminhar para os serviços veterinários.
Ah e tal, são animais. Como dizia um indivíduo que mais valia ter seguido caminho em vez de estar a dizer disparates "é só um gato, levar ao veterinário para quê?" ou "então, agora é pegar no gato e pô-lo no contentor, para quê chamar a protecção civil?".
É verdade. São animais. Mas também sofrem, também têm dores, também merecem ser tratados e ter uma hipótese de viver.
Claro que, num país em que nem para os humanos existem meios suficientes e eficientes, capazes de dar resposta em situações de emergência, morrendo muitas pessoas por assistência tardia, ou falta dela, será pedir demais que se faça isso em relação aos animais.