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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Os benefícios da dupla (ou múltipla) adopção felina

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Foi o tema apresentado pelo Clube de Gatos do Sapo no Pet Festival, no passado domingo.

 

 

 

Mas, afinal, quais são os benefícios de uma dupla, tripla ou múltipla adopção?

 

O que nos vem logo à mente, quando se fala neste tema, é que mais do que um gato implica mais despesas, mais preocupações, mais disponibilidade da parte dos donos, mais espaço, e por aí fora.

Mas quem optou pela adopção de vários gatos, sabe que todos estes entraves não são exactamente como os imaginamos, que muitos são verdadeiros mitos e, sobretudo, que aquilo que eles, e nós, temos a ganhar, vale muito mais que as eventuais desvantagens que possam existir.

 

 

 

 

 

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Assim, aqui ficam alguns desses benefícios, tanto para os próprios felinos, como para quem deles cuida:

 

  • ao adoptarmos mais que um gato, estamos a salvar mais que uma vida
  • temos alegrias multiplicadas, proporcionadas por eles
  • fazem companhia uns aos outros, não se sentindo tão sós quando os donos estão fora, e é mais companhia para nós também, quando estamos em casa
  • podem brincar uns com os outros, sem se sentirem entediados ou aborrecidos, e sem dependerem tanto de nós para a brincadeira
  • aprendem uns com os outros, e ajudam-se entre si
  • tendo personalidades diferentes, podem complementar-se entre si
  • aprendem a respeitar o espaço um do outro
  • aprendem a partilhar
  • no inverno, podem dormir juntinhos e aquecer-se
  • estando entretidos, é provável que comam menos ao longo do dia, algo que aconteceria com um gato único, sozinho e sem mais nada que fazer, entretendo-se a comer
  • se algo acontecer com um deles - se estiver fechado, desaparecido, doente, em apuros - os restantes podem dar o alerta aos donos
  • no caso de haver um gato com algumas limitações físicas ou psicológicas, a presença de outro pode estimular ou funcionar como terapia

 

E por aí, quem vive esta experiência, quer acrescentar mais algum benefício à lista?

 

 

 

 

 

 

 

Sempre quiseram perguntar algo ao veterinário? Comentem as vossas dúvidas.

 

Olá a todos. O meu nome é Joana e sou Médica Veterinária. Desde que me conheço como pessoa sempre tive animais. Por minha casa já passaram dezenas de cães e provavelmente já estarei nas centenas de gatos.

 

A primeira vez que encontrei o Clube de Gatos deparei-me com um artigo em que falavam da higiene oral e de como tinham vergonha de perguntar ao veterinário. Por isso decidi juntar-me para vos ajudar a esclarecer estas dúvidas. 

 

Este artigo é exactamente para isso. Comentem a vossas perguntas, por muito estranhas que pareçam. Principalmente aquelas perguntas que têm medo ou vergonha de perguntar ao vosso veterinário. Eu estarei por aqui nos próximos dias a responder. Se tiverem mesmo muita vergonha, demasiada para comentar, enviem-me mensagem directa.

 

No final vou organizar as perguntas e respostas neste mesmo artigo para ficar guardado. Também podem sugerir novos temas para artigos ou mesmo fazer perguntas pessoais (ex. sobre o curso). Fico a aguardar os vossos comentários.

Os bigodes dos gatos

 

O que são?

Os pelos a que apelidamos de bigodes podem, também, ser chamados de vibrissas. Estas são um tipo de pelo especial, presente em muitos animais, e que actuam como um sensor táctil para os mesmos. 

O gato conta com 24 bigodes (12 de cada lado), localizados em linhas horizontais na região entre a boca e o nariz do gato. Os bigodes do gato são 2 a 3 vezes mais grossos que o seu pelo, e as suas raízes, para além de muito profundas, são também muito sensíveis, estando situadas numa área rica em nervos e vasos sanguíneos.

Para além dos típicos bigodes, os gatos apresentam também vibrissas nas sobrancelhas, no queixo e na parte de trás das patas dianteiras.  

 

Quais as suas funções?

A função principal dos bigodes é transmitir informações ao cérebro do gato, no sentido de:

  • orientar-se, ajudando o gato a sentir o ambiente ao seu redor, podendo detectar a mais leve mudança de direcção de uma brisa, ou detectar objectos, evitando bater neles, sobretudo, à noite
  • indicar o estado do seu humor - quando um gato está bravo ou na defensiva, os bigodes ficam para trás; quando está feliz, curioso ou contente, os bigodes ficam mais relaxados e para frente
  • medir uma determinada abertura, já que os bigodes do gato têm mais ou menos a largura do seu corpo, logo, desde que os bigodes não sintam pressão e caibam na abertura, isso quer dizer que também o seu corpo caberá nela

Em suma, os bigodes são essenciais para o equilíbrio, movimentação, orientação e até bem-estar e autoestima dos gatos.

 

Porque nunca devemos cortar os bigodes aos bichanos?

Ao cortar os bigodes a um gato, ele irá sentir-se frustrado e inseguro, devido à sua incapacidade de saltar de determinadas alturas, ou de andar no escuro sem se magoar.

Irá também apresentar dificuldades para realizar as suas atividades corriqueiras, como andar ou correr em linha reta, ou ainda saltar e subir móveis.

De qualquer forma, se acidentalmente os bigodes forem cortados, não há necessidade de ficar alarmados, porque os mesmos voltam a crescer com o tempo.

 

O processo de troca de bigodes

Tal como acontece com o pelo do corpo, os gatos também tem o processo de troca dos bigodes. É por isso que, por vezes, encontramos alguns bigodes pela casa.

No entanto, se notarmos que eles começam a cair em excesso, é melhor consultar o veterinário. A queda pode indicar uma deficiência de vitaminas, ou existência de dermatopatias. 

 

Mitos sobre bigodes:

Existem teorias que afirmam que as mães gatas arrancam os bigodes aos gatinhos muito pequenos para evitar que se afastem demasiado do ninho.

 

Dúvida a esclarecer numa próxima ida ao veterinário:

Os bigodes são algo tão natural num gato que nunca me preocupei muito em examiná-los ao pormenor. 

A Tica, de vez em quando, deixava lá por casa uns bigodes o que, segundo o que acima referi, é normal e faz parte de um processo de regeneração.

Quando a Amora veio para a nossa casa, sabíamos que tinha um problema cerebral que lhe afectava a locomoção, e daí desequilibrar-se, não andar direita, e ter dificuldades em subir para sítios mais altos.

No entanto, não sei já a que propósito, dei por mim a olhar no outro dia para os bigodes da Amora, e algo neles me chamou a atenção - a maior parte deles são muito curtinhos, como se tivessem sido cortados à tesourada.

E a minha dúvida é se os bigodes dela são assim devido ao seu problema, se simplesmente não cresceram, se são os bigodes tão curtos que lhe provocam os desequilíbrios e dificuldades, ou se pode acontecer ter sido uma senhora dona gata Becas a arrancar-lhe os bigodes!

E não, não estou a exagerar. No outro dia, a minha filha ficou com uma mini mecha de cabelo cortado, depois de a Becas o ter posto na boca.

 

A discriminação no mundo felino

 

Fala-se muito em discriminação relativamente aos humanos, mas no mundo felino isso também acontece com bastante frequência.

Muitos gatos são discriminados, diariamente, pelos mais variados motivos ou razões. Muitos gatos vão sendo deixados para trás, abandonados, esquecidos, preteridos, e sem direito a uma família que os acolha e ame, porque não satisfazem os desejos específicos de quem procura um animal.

E, quanto mais tempo vai passando, mais as hipóteses de um futuro risonho vão ficando reduzidas.

 

 

 

Deixo-vos aqui alguns dos principais factores que contribuem para essa discriminação, e para a continuidade de muitos dos animais em associações ou abrigos, e até mesmo, nas ruas.

 

A idade

Uma das principais causas para um gato ser preterido a favor de outro, é a sua idade. À semelhança do que acontece com a adoção no mundo humano, em que as pessoas preferem adoptar bebés ao invés de crianças mais crescidas, também em relação aos gatos isso acontece frequentemente.

Muitas preferem gatos bebés, que sejam criados e habituados a si desde cedo. Para que se adaptem melhor à família e à casa. para que possam acompanhar o seu crescimento.

Existe a ideia de que gatos mais velhos já têm os seus hábitos bem vincados, e será mais difícil adaptarem-se a novas rotinas.

Além disso, quem resiste a um gatinho bebé, pequenino e fofinho?

Por isso, à medida que os meses vão passando, os gatos vão ficando para trás, e ficando cada vez mais velhos. E, quanto mais velhos ficam, menos hipóteses têm de ser levados.

Vêem-se actualmente muitos gatos com 10 meses, 1, 2 ou mesmo 3 três anos, à espera da sua vez, a ver os seus amigos e companheiros mais novos irem embora.

Com mais idade, e salvo raras excepções, já a esperança é tão reduzida que o mais certo é passarem toda a sua vida na instituição que os acolheu.

Até porque é pouco provável que alguém adopte um animal que dali a pouco tempo pode partir.

 

Doenças ou deficiências físicas

Outro dos motivos para as pessoas não escolherem um determinado gato é o facto de este ser portador de alguma doença, ainda que seja uma doença que, controlada, possa permitir alguma qualidade de vida, e não afecte em nada a relação entre ele e a sua família humana.

Mas é claro que as pessoas preferem adoptar gatos saudáveis. Um gato doente é sinónimo de despesas extras, preocupações, trabalho e a possibilidade de não durar muitos anos. Para além do medo de que essa doença seja, de alguma forma, transmissível aos humanos.

Da mesma forma, também os gatos portadores de alguma deficiência física são, muitas vezes, colocados de parte. Não é bonito um gato sem cauda, sem um ou ambos os seus olhinhos, sem orelhas, sem alguma pata, ou que tenha dificuldades que outros não têm.

Mas têm tanto ou mais amor para dar que um gato saudável, e têm o mesmo direito de viver e ser felizes. E tenho a certeza de que serão animais extremamente gratos aos donos que ficarem com eles.

 

 

 

 

 

A Raça

A raça é, muitas vezes, uma exigência fundamental para quem quer adoptar um gato. Talvez porque se valorizem em demasia algumas raças mais conhecidas, e se faça até negócio à custa disso. Para além do gosto pessoal pelas características de uma determinada raça, algumas pessoas sentem-se mais importantes ao se gabarem que têm um gato de raça "x" ou "y", ao invés de um gato de raça totalmente banal.

 

A Cor

Todos conhecemos a discriminação aos gatos pretos baseada, muitas vezes, naquela superstição de que os gatos pretos dão azar.

Mas não é só aos gatos pretos que isso acontece. Há quem não queira um gato porque é todo branco, ou porque é todo cinzento, ou porque a mistura de cores do seu pelo os torna feios.

E ainda podem não gostar da cor dos olhos do animal, por não condizer ou realçar a do pelo.

 

A Beleza

Mesmo dentro das mesmas raças e cores, existem gatos que, aos olhos de quem os vê, são mais bonitos que outros, ainda que muito parecidos. E isso é o suficiente para escolher um, e não outro. 

 

O Sexo

O sexo é também uma das razões para a discriminação dos gatos. Seja pela simples preferência pessoal (há quem prefira fêmeas, e quem goste mais de machos), ou pelo facto de considerarem que gatos de um determinado sexo são menos dispendiosos ou mais fáceis de criar que do sexo oposto. Ou ainda por considerarem que o sexo determina o comportamento dos gatos.

 

A Personalidade

Existem pessoas que preferem gatos mais mansinhos, que gostem de passar o dia a dormir ou sossegados, e não dêem muito trabalho. Outras, gostam mais dos traquinas, que mostram mais vivacidade. Há quem os prefira mais independentes, e quem os prefira mais apegados.

Dificilmente alguém escolherá um gato assustadiço, que não goste que lhe peguem, que não goste de colo, que se esconda dos humanos. Ainda que isso possa ser um comportamento temporário, resultante de algo por que passaram, e possa vir a mudar com tempo, dedicação e paciência.

 

Tamanho

Embora raro, este é igualmente um motivo para se preferir um determinado gato ainda que apresentem a mesma idade.

 

Outros gatos em casa

O facto de já se ter mais gatos em casa, pode ser apontado como motivo para não querer levar qualquer outro, seja pela despesa que isso iria acarretar, pelo trabalho adicional, pelo facto de o gato já existente sentir ciúmes, ou por não querer dividir as suas atenções e amor com nenhum outro.

 

Mitos

Alguns mitos que correm de boca em boca, sobre os perigos que os gatos podem representar para os humanos, podem levar algumas pessoas a desistir de adoptar um gato.

 

E tudo isto é tão triste... Ver tantos animais com uma réstia de esperança, na expectactiva de que os tirem daquele lugar a que, apesar de serem bem tratatos e cuidados, nunca poderão chamar de lar, e verem essas expectactivas frustradas. 

É triste para os gatinhos que ficam, verem os mais bonitos, mais novos, mais meiguinhos, mais saudáveis, partirem para um destino mais feliz, e os restantes permanecerem.

E é triste para nós, que os continuamos a ver ali, com a chama da esperança ainda acesa, mas cada vez mais fraca, à espera do dia em que chegará a sua vez...