Os gatos não têm 7 vidas
De factos eles não têm 7 vidas, têm isso sim, mais de sete obstáculos a enfrentar, principalmente os de rua ou os que têm acesso à rua!
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De factos eles não têm 7 vidas, têm isso sim, mais de sete obstáculos a enfrentar, principalmente os de rua ou os que têm acesso à rua!
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Quando trouxe o meu gato para casa, há cerca de oito anos, não estava bem informada de como era ter um gato sempre fechado em casa, mais concretamente num apartamento. Porque os gatos que tive, na altura que vivia com os meus pais, eram livres, de andar entre casa e rua.
Recordo-me do meu filho, na altura com 7 anos, achar que como ele cheirava mal da boca, precisava de lavar os dentes. Felizmente só tentamos com uma escova. Por que só agora é que sei que a pasta de dentes é um perigo para os gatos, por causa do flúor, que ao ser ingerido ocasiona problemas nervosos, vómitos e lesões nos tecidos.
É por isso essencial que a pasta de dentes não esteja ao alcance deles.
Usar apenas a escova, apropriada para eles, ou outro produto adequado, mas nunca pasta de dentes dos humanos!
Diz um ditado humano que "a relva é sempre mais verde no quintal da vizinha".
Quantos da nossa espécie, que vivem a sua vida rodeados de conforto, protecção e segurança, não desejariam um pouco da nossa liberdade?
E quantos de nós, que vivemos na rua, não desejaríamos ter a vida deles.
Mas, será que trocaríamos tudo o que temos (e o que não temos), para mudar para o outro lado? Aquele que nos parece mais apetecível, desejável, tentador?
Ou quereríamos, passado um tempo e, às primeiras dificuldades, voltar à vida antiga?
É mais fácil um gato de rua habituar-se a uma casa, que o contrário. Mas nem sempre corre bem.
Nem sempre estamos dispostos a deixar as ruas, onde vivemos durante anos, e a perder muito daquilo que conquistámos.
Ainda que não seja fácil viver nas ruas.
É preciso sorte.
Esta noite, dormi neste cartão, deixado aqui neste terreno, ao pé de um mal cheiroso contentor do lixo. Claro que uma caminha quentinha era muito melhor. Mas tive sorte, porque foi esse cartão que me protegeu do frio que se fez sentir até de manhã.
É preciso sorte com os humanos que vivem onde nós andamos.
Há os que nos querem ver pelas costas. Os que correm atrás de nós para nos expulsar. Os que nos agridem. Os que deixam comida envenenada para nos matar.
Mas também há os que nos tratam bem, dão-nos alguns mimos e até nos oferecem uma refeição.
Nunca sabemos quando vamos encontrar alimento, ou quantos dias vamos ter fome mas, se tivermos sorte, há sempre quem nos deixe qualquer coisita para comer.
E não nos julguem mal agradecidos, ou esquisitos, se nem sempre devorarmos aquilo que nos deixam para comer.
É que, apesar de tudo, e da vossa boa vontade, há coisas que ninguém sequer se atreveria a provar. E não é por sermos gatos que já podemos comer tudo. Há coisas que nos fazem mal, que nos deixam doentes. Mas, ainda assim, agradecemos.
É preciso ter sorte, com os locais que escolhemos para ficar.
É preciso não arranjar guerras com outros gatos, sobreviver aos cães que parecem querer devorar-nos, fugir dos carros que passam e fingem não nos ver, ou não nos vêem mesmo, e nos podem matar em segundos.
É preciso ter sorte de encontrar um abrigo, nem que seja só por aquele dia, ou aquela noite.
Mas como poderíamos deixar de agradecer a nossa liberdade?
Como poderíamos não ser gratos pelos imensos banhos de sol que apanhamos, apesar dos muitos dias de frio e chuva?
Como poderíamos não ser gratos pelo céu estrelado à noite, apesar das muitas noites em que as nuvens as tornam escuras e assustadoras?
Como poderíamos não ser gratos por fazer aquilo que nos apetece, sem estar presos, sem andar constantemente a caminho dos monstros de branco, que só querem o nosso bem mas que nós gostamos é de ver longe de nós?!
Como poderíamos não ser gratos pelos amigos e companheiros que vamos fazendo por aí?
Como poderíamos não ser gratos por todos os sítios que descobrimos? Pelos insectos, lagartixas ou ratos que perseguimos?
E como poderíamos ajudar aqueles que se atrevem a aventurar-se na rua, nem que seja por umas horas, se não estivessemos, também nós, já habituados a esta vida?
Se estamos mais expostos aos perigos? Talvez.
Mas quantos gatos não correm mais perigos nas mãos dos humanos que os adoptaram?
Acho que o que todos nós queríamos, no fundo, era ter o melhor dos dois mundos.
Como nem sempre é possível, esperamos que a sorte nos leve onde conseguirmos ser felizes, com aquilo que nos for dado, e permitido.
A vida de um gato, nas ruas, pode ser emocionante, divertida...
Podem brincar ao ar livre, descobrir novos esconderijos e tocas, ir onde quiserem sem ninguém atrás deles...
Mas...
É uma vida dura, em que estão dependentes daquilo que caçarem para comer, ou da boa vontade das pessoas que lhes dêem comida para não passarem fome, e água para não morrerem de sede...
É uma vida dura, em que estão sujeitos aos perigos das ruas, de outros animais que lutam, como eles, pela sobrevivência ou, simplesmente, atacam por atacar, às maldades do ser humano que abomina animais e acham que eles deviam morrer...
É uma vida dura, em que podem não ter onde se abrigar do frio, da chuva, da trovoada...Em que não têm a quem recorrer quando sentem medo...Em que podem ficar doentes e não ter ninguém que os trate, que os leve ao veterinário, que cuide deles...
Enquanto os nossos gatos estão "presos" num lar com tudo aquilo que precisam, outros estão "livres" para o bem e para o mal...
Se os gatos que vivem na rua falassem e pudessem escolher o seu destino, o que diriam eles?
Este do vídeo, sabemos bem o que deve estar a sentir, mesmo sem nada dizer...
Quando vejo o meu gato assim à janela de pé, a olhar fixamente para a rua penso, se ele seria mais feliz se o leva-se à rua. Parece um menino a pedir à mãe para ir ao parque, porque está a ver que os amiguinhos já lá estão. Mas a rua tem tantos perigos e ele fica desnorteado. Uma vez levei-o e ele queria entrar para outra porta que não era a dele. E os gatos , como o Riscas, habituados a estar em casa, não saberiam se defender na rua, podia ser atropelado, mal tratado, entrar em brigas com outros gatos, apanhar parasitas.
Andei a pesquisar e há várias opiniões, e a que me pareceu mais acertada, é que apesar de os gatos prezarem muito a liberdade, o gato adora ficar em casa ao lado do dono, principalmente quando este lhe dá atenção e carinho. Os gatos são curiosos e ficam doidos quando vêem algum insecto ou passarinho, e andam felizes da vida a correr atrás. O Riscas é assim. Mas depois quando o deixo ir à varanda, qualquer coisa o assusta e o faz regressar para dentro de casa. É que um gato não tem a necessidade de um cão, porque o cão sim, precisa de ir à rua.
Então, creio que o mais correto, é fazermos com que eles gostem de estar em casa. Ter sempre a papinha e a água frescas. Arranjar brinquedos, brincar com eles, dar-lhe mimos, deixá-lo ficar à janela a observar a rua, mas mantê-lo dentro de casa.
Um dos motivos que mais leva os animais às urgências veterinárias são as intoxicações.
Hoje, vou falar-vos do perigo que representam os lírios para os gatos.
Talvez não saibam, como eu não sabia, que os lírios são altamente tóxicos e até mortais para os nosso bichanos, mas a verdade é que todas as partes dos lírios, quando ingeridas, são tóxicas para os gatos. Aliás, basta que lambam pólen que tenha passado para o pêlo, para que o envenenamento aconteça.
A ingestão de lírios, ainda que em pequeníssimas quantidades, pode levar os gatos a sofrer uma grave falência renal que, em último caso, pode conduzir à morte, num curto espaço de tempo.
Os sintomas podem ocorrer entre 1 a 3 horas após a ingestão, e caracterizam-se por:
No entanto, se souberem, ou desconfiarem, que o vosso gato mastigou, lambeu ou engoliu alguma parte de lírios, não esperem pelos sintomas de intoxicação. Levem-no imediatamente ao veterinário, antes que seja tarde demais.
Já aconteceu aqui no hospital veterinário um caso de um gato que vinha com uma insuficiência renal em estado tão avançado, que não foi possível salvá-lo.
Prevenir é a melhor forma de manter os felinos a salvo. Por isso, quem tenha lírios nos seus jardins, ou em arranjos florais em casa, é melhor manter os gatos afastados, ou até mesmo retirar estas flores do alcance dos gatos, porque as consequências podem ser fatais.