Os guizos tornam esse objectivo impossível, deixando-os nervosos e frustrados, para além de que um som que para nós é mínimo, para os gatos, que têm uma audição apuradíssima, é muito mais forte e irritante.
Diz-se que, a longo prazo e em alguns casos, o uso dos guizos pode mesmo provocar problemas neurológicos no animal.
E por aí, são a favor ou contra o uso dos guizos nas coleiras? Costumam usar nos vossos gatos?
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A história por detrás do guizo
A ideia do sino no pescoço do gato é muito antiga, e podemos encontrá-la numa das fábula de Esopo:
"Há muito tempo, os ratos reuniram-se em conselho para decidir a maneira de se verem livres do gato que andava permanentemente à caça deles.
O gato era muito esperto, deslocava-se furtivamente, sem fazer barulho e, quando atacava, era mais rápido e mortífero do que um relâmpago.
Vários ratos expuseram as suas ideias, e a reunião prolongou-se pela noite fora. Nenhum dos planos parecia resultar, até que um rato muito novo pediu a palavra.
- Proponho - disse ele - que se pendure um guizo ao pescoço do gato. E, assim, cada vez que ele se mexer, o guizo toca e avisa-nos do perigo. Ouvimos o som e temos tempo de fugir.
Os outros ratos acharam que era uma óptima ideia e foi uma chiadeira de entusiasmo e aplausos.
Então, um velho rato, que tinha ficado calado durante todo o tempo, levantou-se e disse com gravidade:
- A tua proposta é excelente e tenho a certeza de que vai dar resultado. Mas pergunto uma coisa.
Calou-se.
- O que é? Faça a pergunta- chiaram os outros ratos.
- Quem - disse o velho rato - vai pendurar o guizo ao pescoço do gato?
Desta vez, nenhum dos ratos teve mais nada a dizer."
Versão de Ricardo Alberty, Fábulas de Esopo