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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Coleiras com guizos - porque não se deve usar

Na primeira ida ao veterinário, com a Becas, falámos sobre os vários desparasitantes externos, incluindo as coleiras.

Como ela ainda é muito nova, não pode usar já, mas caso optássemos por esse método, e para ela se ir habituando a ter algo no pescoço, até mesmo para sua identificação ou dos donos, poderíamos já utilizar uma coleira normal.

No entanto, nada de coleiras com guizos! 

Porquê?

Porque nós podemos até pensar que eles ficam muito giros com eles, já para não falar que é mais fácil saber por onde andam, através do som dos guizos.

Mas os gatos não partilham dessa opinião!

Como predadores, e caçadores por natureza, para não denunciarem a sua presença às possíveis presas e, ao mesmo tempo, para sua própria protecção, os gatos gostam de passar despercebidos a tudo e todos à sua volta. Por um lado, não podem deixar a sua presa saber que estão por perto, sob pena de perderem a sua refeição. Por outro, como presa, não podem deixar que os predadores os descubram, senão eles próprios tornam-se a refeição deles.

Os guizos tornam esse objectivo impossível, deixando-os nervosos e frustrados, para além de que um som que para nós é mínimo, para os gatos, que têm uma audição apuradíssima, é muito mais forte e irritante.

Diz-se que, a longo prazo e em alguns casos, o uso dos guizos pode mesmo provocar problemas neurológicos no animal.

E por aí, são a favor ou contra o uso dos guizos nas coleiras? Costumam usar nos vossos gatos? 

 

 

A história por detrás do guizo

A ideia do sino no pescoço do gato é muito antiga, e podemos encontrá-la numa das fábula de Esopo:

"Há muito tempo, os ratos reuniram-se em conselho para decidir a maneira de se verem livres do gato que andava permanentemente à caça deles.
O gato era muito esperto, deslocava-se furtivamente, sem fazer barulho e, quando atacava, era mais rápido e mortífero do que um relâmpago.
Vários ratos expuseram as suas ideias, e a reunião prolongou-se pela noite fora. Nenhum dos planos parecia resultar, até que um rato muito novo pediu a palavra.
 
- Proponho - disse ele - que se pendure um guizo ao pescoço do gato. E, assim, cada vez que ele se mexer, o guizo toca e avisa-nos do perigo. Ouvimos o som e temos tempo de fugir.
 
Os outros ratos acharam que era uma óptima ideia e foi uma chiadeira de entusiasmo e aplausos.
 
Então, um velho rato, que tinha ficado calado durante todo o tempo, levantou-se e disse com gravidade:
- A tua proposta é excelente e tenho a certeza de que vai dar resultado. Mas pergunto uma coisa.
Calou-se.
 
- O que é? Faça a pergunta- chiaram os outros ratos.
 
- Quem - disse o velho rato - vai pendurar o guizo ao pescoço do gato?
 
Desta vez, nenhum dos ratos teve mais nada a dizer."

 
Versão de Ricardo Alberty, Fábulas de Esopo