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Clube de Gatos do Sapo

Este blog pertence a todos os gatos que andam aqui pela plataforma do Sapo, e que pretendem contar as suas aventuras do dia a dia, dar conselhos, partilhar experiências e conhecimentos, e dar-vos a conhecer o mundo dos felinos!

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Incontinência urinária em gatos

 

 

À medida que vamos vivendo, e convivendo com os gatos, vamos aprendendo mais com eles, e sobre eles.

Há já algum tempo que ando a reparar em pequenas manchas de urina nos edredãos. Primeiro, foi na minha cama. Pu-loa lavar e nunca mais apareceu nada. 

Mas há semanas começaram a aparecer no da minha filha. Que eu me tivesse apercebido, três manchinhas diferentes. Coincidência ou não, nos sítios onde a Amorinha costuma estar deitada.

Isto levou-me a questionar se isso ocorreria devido ao problema dela. Por isso, fui pesquisar mais sobre incontinência urinária em gatos.

E existe mesmo! 

 

O que é a incontinência urinária em gatos?

À semelhança dos humanos, a incontinência urinária nos gatos é um problema que afecta o controlo da região da uretra, e que faz com que os gatos não possam controlar a expulsão da sua urina. Nos casos mais graves, o gato podenão controlar a sua bexiga por completo, e urinar em qualquer momento, até mesmo a dormir.

 

Quais são os principais sintomas?

- Um dos sintomas ou sinais é, ao levantar-se, o gato deixar pequenas gotas de excreção liquida no chão

- Outro dos sintomas é o animal permanecer habitualmente com a zona do abdómen molhada 

- Surgir restos de fluídos próximos da cama

- Surgir inflamações em partes da sua pele

 

Porque é que a incontinência urinária aparece nos gatos?

A incontinência urinária nos gatos pode apresentar-se por várias situações:

- afecções na bexiga

- cálculos na zona da bexiga

- cancro localizado na região da bexiga - tumor na bexiga que interrompe o seu funcionamento normal

- doenças como a leucemia e o diabetes

- problemas congénitos da uretra

- velhice do gato

- problemas neurológicos

 

Existe tratamento para esse problema?

Em primeiro lugar, é imperativo levar o animal ao veterinário, para que este possa fazer um diagnóstico acertado e avaliar o que poderá estar a provocar o problema de incontinência.

Estabelecida a origem desta, o veterinário irá recomendar o tratamento mais adequado. 

Normalmente, receitam-se medicamentos para eliminar infecções, e fortalecer as regiões em que falta tonicidade (para a musculatura da bexiga).

Também podem ser utilizadas hormonas no caso da incontinência por esterilização.

O recurso à cirurgia é indicado no caso de ter que corrigir zonas defeituosas.

Também existem algumas terapias, como a acupuntura ou fisioterapia, que podem ajudar a minimizar o problema.

Outra medida bastante comum é o uso de fraldas, próprias para estes animais, enquanto o problema não é resolvido, ou quando não há forma de controlar a bexiga dos nossos amigos felinos.

 

Quando os animais ingerem corpos estranhos

 

Todos sabemos que os cães e os gatos gostam de pôr tudo e mais alguma coisa na boca, até mesmo aquilo que não devem!

E depois, para tirar esses corpos estranhos, é que é o cabo dos trabalhos. Em alguns casos, obriga mesmo a cirurgia para remoção.

 

Alguns dos sinais que o seu animal pode apresentar, indicativos de que engoliu alguma coisa que não era suposto são:

- vómitos

- engasgos

- prostração

- falta de apetite

- aumento da salivação

 

 

 

Enquanto que os gatos são mais de ingerir linhas ou lãs, os cães podem ingerir de tudo um pouco, desde bolas, bolotas, conchas, pedras e até, imaginem, toalhas! Sim, ouviram bem. No hospital veterinário aqui de Mafra já tiveram que operar um cão que tinha ingerido uma toalha.

 

 

Por isso, convém estarmos muito atentos para prevenir estes incidentes que levam muitos animais a uma urgência hospitalar. Mas, se isso não for possível, levem-nos de imediato ao veterinário.

 

Atenção: se virem o vosso animal com um fio de anzol na boca, nunca o puxem, sob pena de agravar ainda mais o problema. 

Cuidado com os golpes de calor

 

O verão está aí e, com ele, as temperaturas elevadas que, muitas vezes, nos fazem querer passar o dia debaixo de água, e com bebidas frescas à mão!

Com os animais não é muito diferente. 

Ao contrário de nós, que transpiramos por todo o corpo, os gatos e cães perdem apenas algum calor por transpiração, através das almofadas plantares e, em pequena percentagem, através da pele exposta nas orelhas.

Num golpe de calor, os mecanismos de termorregulação dos animais não são suficientemente eficazes para baixar a temperatura corporal dos animais.

Alguns animais são mais sensíveis a esta situação, como as raças braquicefálicas (com focinho achatado), animais obesos, geriátricos e muito jovens.

 

 

 

 

Sinais

Para perceber se estamos perante sintomas de golpe de calor, existem alguns sinais que nos podem elucidar:

 

– Respiração ofegante

– Salivação excessiva

– Pele seca e quente

– Batimentos cardíacos acelerados

– Agitação/ ansiedade

– Não responde aos estímulos do dono

 

À medida que a situação progride, podem ocorrer vómitos, diarreia, descoordenação, ou tremores. O colapso, convulsões e o coma surgem na recta final.

 

 

 

 

O que fazer

Em primeiro lugar convém medir a temperatura dos animais.

Se estes tiverem uma temperatura elevada, e apresentarem os sintomas atrás referidos, a primeira coisa a fazer é pulverizá-los com água à temperatura ambiente. Nunca devemos utilizar água muito fria ou gelo porque isso irá provocar um arrefecimento demasiado rápido, dando origem a outras complicações.

Em seguida devemos levá-los ao veterinário, evitando colocá-los dentro de transportadoras, e mantendo os vidros abertos para circulçação do ar ou, em alternativa, o ar condicionado ligado. Nunca se deve utilizar toalhas molhadas porque dificultam a dissipação do calor.

Aplicar um pouco de álcool nas patas do animal também pode ser uma boa solução.

 

 

 

 

Prevenção

Para ajudar os nossos animais a suportar melhor as temperaturas altas do verão, convém:

– Ter sempre disponível água limpa e fresca
– Manter circulação de ar ou ventilação nos locais onde deixa o seu animal de estimação 
– Manter sempre o acesso às sombras nos locais de descanso
– Nunca deixar o animal sozinho no carro ao sol, mesmo que com os vidros parcialmente abertos, porque o interior do veiculo pode atingir uma temperatura elevadíssima

- Durante a viagem manter as janelas abertas para o ar circular ou manter o ar condicionado ligado, e ter o cuidado de parar, no mínimo, de 2 em 2 horas para oferecer um pouco de água fresca

– Não prender o animal ao sol
– Não o exercitar nas horas de maior calor

 

Se seguirmos estas recomendações evitamos riscos desnecessários para os nossos amigos de quatro patas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sabiam que os lírios podem ser mortais para os gatos?

 

Um dos motivos que mais leva os animais às urgências veterinárias são as intoxicações.

Hoje, vou falar-vos do perigo que representam os lírios para os gatos.

 

Talvez não saibam, como eu não sabia, que os lírios são altamente tóxicos e até mortais para os nosso bichanos, mas a verdade é que todas as partes dos lírios, quando ingeridas, são tóxicas para os gatos. Aliás, basta que lambam pólen que tenha passado para o pêlo, para que o envenenamento aconteça.

A ingestão de lírios, ainda que em pequeníssimas quantidades, pode levar os gatos a sofrer uma grave falência renal que, em último caso, pode conduzir à morte, num curto espaço de tempo.

 

 

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Os sintomas podem ocorrer entre 1 a 3 horas após a ingestão, e caracterizam-se por:

  • vómitos
  • diarreia
  • aumento da produção de urina
  • aumento da ingestão de água
  • sinais neurológicos
  • depressão

 

No entanto, se souberem, ou desconfiarem, que o vosso gato mastigou, lambeu ou engoliu alguma parte de lírios, não esperem pelos sintomas de intoxicação. Levem-no imediatamente ao veterinário, antes que seja tarde demais.

Já aconteceu aqui no hospital veterinário um caso de um gato que vinha com uma insuficiência renal em estado tão avançado, que não foi possível salvá-lo.

 

Prevenir é a melhor forma de manter os felinos a salvo. Por isso, quem tenha lírios nos seus jardins, ou em arranjos florais em casa, é melhor manter os gatos afastados, ou até mesmo retirar estas flores do alcance dos gatos, porque as consequências podem ser fatais.

 

 

 

 

Doenças felinas #4 - Panleucopénia

 

Já muito se ouviu falar, aqui no Clube, da panleucopénia felina, sobretudo depois de a Becas ter sido uma das vítimas deste vírus.

 

Mas, afinal, o que é a panleucopénia?

É uma doença altamente contagiosa, também conhecida como laringoenterite contagiosa ou agranulocitose infecciosa, causada por um vírus pertencente à família Parvoviridae, mais conhecido por parvovírus felino, e é muito comum em gatos domésticos, com maior incidência nos gatos jovens (entre 1/2 meses e 1 ano).

É considerada um dos distúrbios gastrointestinais mais mortais para os gatos, apresentando uma taxa de mortalidade de cerca 80% dos gatos contaminados.

Este microrganismo caracteriza-se pela sua grande resistência, podendo sobreviver por mais de um ano em ambiente aberto.

 

Como se transmite?

A maior parte das infecções ocorre pelo contacto com fezes contaminadas, água, comida ou outros objectos partilhados entre um gato saudável e um infectado (mordidas, saliva), pela gestação, pelo contacto directo entre gatos, ou através de ectoparasitas infectados (como as pulgas, por exemplo).

Após o tratamento, um felino doente pode, através da urina e das fezes, ir eliminando o vírus até seis semanas. 

 
Que órgãos afecta?

 

Se a infecção for transplacentária, pode levar a má formações fetais.

Nos recém nascidos, pode ocorrer o aparecimento de lesões cerebelares, sendo observados sinais de alterações no sistema nervoso central como incoordenações motoras, andar cambaleante, entre outros. Também pode afectar a retina, o nervo óptico, o tecido linfático e a medula óssea.

Em animais mais velhos, a infecção ocorre mais intensamente no tecido linfático, medula óssea e criptas da mucosa intestinal. 

No caso da Becas, para sua sorte (e nossa), o único órgão afectado foi mesmo a medula óssea e, quando medicada, mostrou-se sempre muito activa, com apetite e aparentemente normal, sendo por isso, na opinião dos médicos, um caso totalmente atípico.

 

Quais os sintomas a ter em conta?

A doença tanto pode ocorrer praticamente sem sintomas, como levar a casos de morte súbita sendo, nestes casos, confundida com envenenamento.

Após a penetração do vírus no organismo ocorre uma fase de incubação que pode variar de 2 a 7 dias.

Os principais sintomas da doença são:

- falta de apetite 

- depressão

- vómitos

- febre

- sensibilidade abdominal

- diarreia

- desidratação

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito através da associação dos sinais clínicos com resultados dos exames de sangue que apontam para leucopenia.

 

Em que consiste o tratamento e qual a sua eficácia?

O tratamento da panleucopenia felina é mais eficaz quanto mais cedo a doença for diagnosticada.

A falta de tratamento, ou a demora em iniciá-lo, leva a que a panleucopenia felina avance ainda mais, causando desidratação e levando o animal à morte, o que costuma ocorrer poucos dias após o surgimento dos primeiros sintomas. Há casos em que a doença provoca a morte súbita do felino.

O tratamento é caro e trabalhoso, normalmente à base de antibióticos para evitar infecções bacterianas secundárias, administrados por via intravenosa ou oral, fluidoterapia para combater a desidratação e fornecer nutrientes e, caso necessário, transfusões de plasma.

Os animais infectados devem ser isolados, para minimizar o risco de transmissão, e ser acomodados num local limpo, para evitar infecções secundárias que podem debilitar ainda mais o estado geral dos mesmos.

O ideal é o internamento num hospital ou clínica, onde os animais estão em permanente vigilância e monotorização, e onde existem os meios necessários ao tratamento.

Os animais que conseguirem sobreviver de 5 a 7 dias, têm grandes hipóteses de escapar com vida a este vírus.

 

Como prevenir?

A prevenção é feita através da vacinação.

Existe, actualmente, uma vacina que tem por objectivo prevenir contra a calicivirose, rinotraqueíte e panleucopénia, e deve ser administrada às 8 semanas, tendo depois 2 reforços, de 3 a 4 semanas cada um. Os adultos, em especial as fêmeas, devem ser vacinados todos os anos para a manutenção do nível de anticorpo.

Depois de vacinados os gatos tendem a obter imunidade para toda a vida.

 

Dica (de quem já passou por esta situação):

Se notarem que o vosso gato não está bem, e se apresentar algum dos sintomas acima referidos, ou outro qualquer, e mesmo que considerem que não deve ser nada de importante, não hesitem em levá-lo ao veterinário o quanto antes.

Mais vale pecar por excesso de zelo, do que por falta dele.

Se não for nada de importante, melhor para todos. Mas se for grave, quanto mais cedo for diagnosticado, mais hipóteses tem de ser tratado com sucesso. 

Doenças felinas #3 - Diabetes

diabetes-gatos

 

Tal como os humanos, também os nossos gatos  podem sofrer de diabetes.

No caso dos gatos, pode ser Diabetes Mellitus de tipo I (em que o pâncreas para praticamente de funcionar) ou II (em que a produção de insulina é insuficiente), sendo a forma mais comum a de tipo II.

 

Mas, afinal, em que consiste exactamente a diabetes e quando é que ocorre?

Os gatos que sofrem de Diabetes Mellitus têm dificuldade em utilizar a glicose como fonte de energia pelo organismo, ocorrendo quando as células não respondem normalmente aos montantes de insulina produzida pelo pâncreas.

Os gatos mais afectados são, por norma, gatos de meia idade ou idade avançada, e obesos.

No entanto, a diabetes pode também estar relacionada, para além da idade e eventual obesidade, com uma pré-disposição do organismo, combinada com má nutrição, e sedentarismo.

 

Quais são os sintomas?

Os gatos afectados pela diabetes podem começar a agir permanentemente como se tivessem fome, a querer comer a toda a hora mas, ainda assim, mostrar sinais de desnutrição, porque as suas células não conseguem absorver a glicose.

Para além da fome excessiva e perda progressiva de peso, também há uma tendência para aumentar a sede e, consequentemente, urinar em excesso.

Como em qualquer doença, os gatos tendem também a ficar quietinhos e letárgicos.

 

Como é efectuado o diagnóstico?

Se suspeitarmos que os nossos gatos podem estar a sofrer de diabetes o melhor é levá-los ao veterinário, que irá proceder à recolha de amostras de sangue e urina. É comum os gatos serem internados por um dia para realizar os exames.

Caso se confirme, o veterinário inicia o processo de estabilização dos níveis de glicose no sangue, geralmente com controlo nutricional, administração de insulina, ou ambos.

 

Quais são os cuidados a ter com os gatos diabéticos?

O veterinário é a pessoa mais indicada para fornecer conselhos sobre a alimentação e as horas das refeições do gato, podendo ser necessário administrar diariamente injecções de insulina em casa. Pelo menos, no início.

São necessárias visitas repetidas ao veterinário para monitorizar o progresso do tratamento e, conforme os resultados obtidos, introduzir alterações na dieta, ou nos níveis de insulina. 

É importante uma dieta equilibrada e adequada, havendo até no mercado alimentação própria e rações específicas para gatos com diabetes.

No caso da diabetes de tipo II, se o gato tiver excesso de peso e conseguir, com essa dieta, atingir um peso normal, é provável que possa vir a prescindir das injecções de insulina.

 

A diabetes pode afectar a vida dos nossos gatos?

Se não forem diagnosticados e tratados, os nossos bichanos podem, com o passar do tempo,vir a ter problemas como pouca ou deficiente mobilidade das patas, e perda de massa muscular que, por sua vez, acarretarão outros problemas, levando-o a ficar mais fraco. No entanto, a diabetes só é fatal se não for tratada. 

Existem gatos que podem ser tratados apenas com dieta e medicação oral, mas a maioria necessita de injecções de insulina. 

Ainda assim, com o tratamento adequado, e acompanhamento médico-veterinário, apesar de ser preciso tempo e compromisso também da parte do dono durante o mesmo, é possível o gato diabético superar a doença a longo-prazo e viver feliz e saudável.