Relação de “amor/ ódio” entre companheiros felinos
Há quem diga que não se devem juntar dois ou mais gatos numa mesma casa, porque nunca se darão bem. Os gatos são animais territoriais, e não gostam de partilhar o mesmo espaço, e o mesmo dono, com outros.
Quanto muito, na melhor das hipóteses, apenas se tolerarão. No pior dos cenários, não existe aceitação do outro gato, causando sérios problemas físicos e psicológicos em ambos.
Isto poderá acontecer mais quando se juntam gatos em momentos distintos, e de idades diferentes. Ainda assim, mesmo com adoção conjunta de dois gatos em idades semelhantes, e na mesma altura, pode resultar ou não.
No nosso caso, fizemo-lo com uma semana de diferença. Tinham as duas a mesma idade, cerca de mês e meio, e ficou desde logo vincado que seria a Becas, a primeira a chegar, que iria mandar lá em casa e, a mais nova, a Amora, a obedecer às regras.
Se a Becas quisesse comer, naquele comedouro, a Amora esperava, ou comia no outro. Com receio, preferia esperar.
Se a Becas se quiser deitar num determinado espaço, a Amora é “obrigada” a sair, e ir para outro lado.
Claro que, em alguns momentos, a Amora conseguiu virar o cenário e ser a “dona do pedaço”, mas é sempre um curto reinado.
E se as coisas começam a descambar, sobretudo quando estamos em casa, e mais por ciúmes e desejo de atenção, andam em guerra.
A Becas não hesita em pregar umas valentes dentadas à Amora, até que um de nós as vá separar.
Ainda assim, quem as vê juntas, diz que são as gatas mais unidas, companheiras e amigas que existem, tal a cumplicidade entre elas.
Não são raras as vezes em que dormem juntinhas ou agarradinhas uma à outra, que se lavam e mimam, ou brincam de forma “gatilizada”.
Se uma está mal, a outra preocupa-se, e fica ao lado dela, até melhorar. Se uma corre perigo, a outra vai logo defender.
Se é para proteger os donos de terceiros, ou defender o seu território de outros gatos, é vê-las unidas por uma causa maior.
Mas, se num segundo são as melhores amigas, no seguinte, parecem duas loucas engalfinhadas uma na outra.
Existe uma espécie de relação amor/ ódio entre estas companheiras felinas que, no fundo, não deixa de ser muito diferente da de dois irmãos humanos, na idade da parvoíce!