Uma historia de um passeio que podia acabar mal
Ao ler este post lembrei-me de um episódio assustador no qual inclui um passeio, um gato, uma dona e 2 cães assustadores.
Todos os dias o Snoo obrigava-me a leva-lo à rua. Sim, era obrigada já que ele ora miava, ora arranhava na porta ou ficava com aquela cara de fofo a olhar para mim como que a pedir "levas-me?".
Vivíamos numa zona com vários prédios e no meio deles havia um terreno onde ele adorava passear e comer as ervas. Era frequente ver as pessoas nas varandas ou na estrada a apreciarem-nos. Não é comum ver-se um gato a passear de trela como se fosse um cão, ainda mais um gato de 7 quilos lindo e maravilhoso.
Não sei precisar, mas creio que durante uns 3 anos a caminhada era diária e sem problemas de maior. Por vezes apareciam uns cãezitos refilões, mas que rapidamente fugiam quando viam o ar emproado do Snoo.
Certo dia andávamos na nossa voltinha quando vejo 2 cães enormes a correr direito a nós. O dono chamava-os e corria atrás deles, mas eles continuavam a aproximarem-se e a ladrarem. Confesso que fiquei assustada sem saber o que fazer. A primeira coisa que olhei foi para a porta do prédio ao nosso lado. Infelizmente estava fechada. Largar o Snoo podia correr bem se ele conseguisse alcançar o muro alto, mas e se não conseguisse? Não acreditava que ele lhes conseguisse fazer frente, portanto não era solução.
Ali estávamos os dois em pânico à espera de um milagre. Por incrível que pareça não conseguia mover-me e ali estavam eles a poucos centímetros de nós. O dono gritava a chama-los e eu gritava para os tirar dali. A muito custo e a aplicar muita força conseguiu afasta-los.
Recordo-me de lhe ter dito que não podia andar com eles sem trela e de ele me dizer "os gatos não são para passear na rua". Não me recordo de como consegui chegar a casa tal era o meu estado de nervos e de raiva, mas recordo-me de fechar a porta e cair no chão a chorar sem conseguir parar.
Foi a ultima vez que o Snoo foi passear à rua.
Já passaram uns anos, mas neste momento consigo sentir tudo o que senti naquele dia.